O motorista do ônibus escolar da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que foi atingido por um trem em Jandaia do Sul (Paraná), está com a Carteira de Habilitação (CNH) vencida. Durante a investigação, foi descoberto que o documento deveria ter sido renovado em janeiro.
O acidente aconteceu no fim da manhã desta quinta-feira (9), no cruzamento de uma linha férrea. O veículo transportava 29 pessoas, sendo 25 crianças, três monitores e o motorista. Ao todo, 27 ficaram feridas e as vítimas mais graves foram encaminhadas para quatro hospitais em Maringá, em Sarandi, em Apucarana e em Arapongas.
O condutor do veículo prestou depoimento e afirmou que “não viu e não ouviu” a chegada do trem. O delegado responsável pelo caso, Carlos Diego Paravidino, disse que o motorista deve responder por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o motorista realizou o teste do bafômetro após o acidente, com resultado negativo para ingestão de bebida alcoólica.
Imagens das câmeras de segurança registraram o momento do acidente e mostraram que o trem atingiu o lado direito do ônibus que atravessava a linha - algumas crianças foram lançadas para fora do veículo.
O prefeito de Jandaia do Sul, Lauro Junior, alegou que o trecho onde aconteceu o acidente não é considerado perigoso. Além disso, ele afirmou que todos os motoristas que assumem o transporte de crianças devem passar por um curso obrigatório antes de dirigir. “Pela prefeitura, ele [motorista] não passou por esse curso”.
Em nota, a concessionária Rumo, responsável pela ferrovia, lamentou o ocorrido e afirmou que o maquinista do trem acionou a buzina, mas o ônibus não parou. Por ser uma composição de carga em grande escala, o trem leva até 500 metros para conseguir parar após o acionamento do freio emergencial. No acidente, o trem só conseguiu parar a 200 metros.