A Procuradoria-Geral da Justiça do Ministério Público do Pará vai analisar um pedido do Ministério dos Direitos Humanos para que seja abertura uma investigação envolvendo uma operação da Polícia Civil na ilha de Marajó. A solicitação foi feita após a publicação de um vídeo em que o ex-deputado estadual por São Paulo e youtuber Arthur do Val, mais conhecido como “Mamãe Falei”, aparece ao lado dos agentes na ação.
O secretário da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos, Claudio Augusto Vieira, solicitou a investigação após um vídeo postado pelo influencer digital no dia 8 de março intitulado: “Fui para Marajó e fiquei chocado com o que vi".
Nas imagens, o ex-deputado afirma que fez um "flagrante" de prostituição infantil. O pedido de investigação busca também averiguar a legalidade da ação e se o youtuber teve auxílio de autoridades locais.
“Expus uma ideia de fazer uma espécie de resgate para filmar exatamente o que está acontecendo em vista de que eu fui informado, anteriormente, de que havia sim a possibilidade de se encontrar menores de idade para exploração sexual [em Marajó]. A Polícia de lá, principalmente a Polícia Civil, se mostrou muito proativa e falou ‘vamos fazer”, afirmou Arthur do Val.
O ex-deputado paulista alega que tentou verificar supostas denúncias de crimes sexuais com adolescentes e chegou a afirmar que convidou duas menores de idade para irem ao hotel com o objetivo de criar um flagrante.
Nas imagens, agentes da Polícia Civil chegam ao hotel e encontram as adolescentes. O ofício do Ministério dos Direitos Humanos ressalta que, além de terem sido filmadas, elas foram conduzidas à delegacia.
Em nota, a Polícia Civil do Pará nega que tenha ocorrido uma ação conjunta com o ex-deputado e alega que apenas respondeu a uma denúncia, mas que não constatou crime de exploração sexual.
No ofício enviado pelo Ministério dos Direitos Humanos ao MP, a pasta relata a situação, cita o vídeo e indica que existem pontos não esclarecidos sobre o caso.
Arthur do Val, em uma postagem na internet, chamou o pedido do governo federal de “ataque político” contra ele. Ele ainda afirmou que que fez um “trabalho jornalístico” e que é “detetive particular”. Por fim, “Mamãe Falei” se defende e alega que tudo foi feito "do jeito que a lei manda".
O integrante do MBL, já foi alvo de denúncia de assédio no ano passado. O parlamentar viajou para a Ucrânia após o início da guerra com a Rússia. Em áudios trocados com amigos em um grupo de conversas pela internet, o então deputado estadual, afirmou que as mulheres ucranianas são "fáceis, porque são pobres"
*Sob Supervisão de Sandro Badaró