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MP faz operação contra jogos de azar e corrupção policial no Rio

Operação Calígula cumpre 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão

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Operação Calígula é uma investigação coordenada pela Força-tarefa do MP
Operação Calígula é uma investigação coordenada pela Força-tarefa do MP
Foto: Divulgação

O Ministério Público do Rio de Janeiro realiza nesta terça-feira (10) uma operação contra contraventores e agentes policiais que atuam na exploração de jogos de azar na capital fluminense. O bicheiro Rogério de Andrade e o policial reformado Ronnie Lessa, acusado da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, estão entre os alvos das autoridades.

A Operação Calígula é uma investigação coordenada pela Força-tarefa do MP que acura a morte da vereadora do PSOL.

As equipes tentam cumprir 29 mandados de prisão e 119 mandados de busca e apreensão. Até 8h45, 11 pessoas foram presas.

Delegados da Polícia Civil estão entre os alvos. Na casa da ex-titular da delegacia da Barra da Tijuca, Adriana Belém, mais de um milhão de reais em espécie foi apreendido. Atualmente fora da corporação e cedida à Prefeitura, Belém é acusada de ter recebido propina para liberar máquinas caça-níqueis apreendidas e devolvidas após o repasse ilegal.

O MP afirma que o delegado Marcos Cipriano intermediou um encontro entre Ronnie Lessa com Adriana Belém e o inspetor Jorge Luiz Camillo Alves, braço direito da delegada. A reunião terminou com um acordo para a retirada de quase 80 máquinas caça-níqueis apreendidas em uma casa de apostas do grupo criminoso com o pagamento de propina.

Ainda segundo os Promotores de Justiça, membros da Polícia Civil recebiam propina para favorecer os interesses do grupo liderado por Rogério de Andrade.

Na Polícia Militar, os oficiais da corporação serviam como elo entre o grupo e Batalhões de Polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo.

Segundo a denúncia, Rogério de Andrade e o filho Gustavo de Andrade comandam uma estrutura criminosa voltada à exploração de jogos de azar não apenas no Rio de Janeiro, mas em diversos outros estados, e há décadas exerce o domínio de diversas localidades.

De acordo com as investigações, o grupo atuava através de um esquema de corrupção de agentes públicos com emprego de violência contra concorrentes e desafetos.

A parceria do contraventor com Ronnie Lessa é apontada nas denúncias como antiga, havendo elementos de prova de sua existência ao menos desde 2009, quando Lessa, indicado como um dos seguranças de Rogério, perdeu uma perna em atentado à bomba que explodiu seu carro.

Posteriormente, em 2018, ano da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, os dois denunciados se reaproximaram e abriram uma casa de apostas na localidade conhecida como Quebra-Mar, na Barra da Tijuca. O local foi fechado no dia da inauguração. 

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