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Mulher aplica golpe de R$ 725 milhões contra a própria mãe, no RJ

Idosa era mantida em cárcere e foi vítima de roubo de obras de arte

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Foram roubados por meio da venda de 16 quadros de artistas como Tarsila do Amaral.
Foram roubados por meio da venda de 16 quadros de artistas como Tarsila do Amaral.
Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quarta-feira (10) uma mulher acusada de articular um golpe de mais de R$ 725 milhões contra a própria mãe, em Ipanema, na Zona Sul da capital fluminense. Segundo as investigações, a idosa era mantida em cárcere privado em um apartamento.

Outros três mandados de prisão foram cumpridos contra acusados de integrarem a quadrilha envolvida no crime.

O prejuízo à vítima vem do desvio de joias e obras de arte de artistas renomados, além de transferências bancárias. De acordo com os investigadores, o golpe começou a ser praticado no início de 2020, quando a mulher, que é viúva de um grande colecionador de arte, saía de uma agência bancária, em Copacabana.

Na ocasião, a idosa foi informada por uma falsa vidente que a filha estava doente e poderia morrer em breve. A Polícia Civil afirma que, por ter afinidade com o misticismo e uma filha que enfrenta problemas psicológicos desde a adolescência, a idosa foi convencida a realizar os pagamentos solicitados para o tratamento espiritual proposto.

Entre os dias 22 de janeiro e 5 de fevereiro de 2020, foram realizadas oito transferências bancárias que ultrapassaram R$ 5 milhões.

Alguns dias após o início do falso tratamento, a filha começou a isolar a mãe das pessoas de convívio regular, além de dispensar funcionários que prestavam serviços domésticos. A vítima desconfiou e suspendeu o pagamento, mas passou a ser agredida e ameaçada.

As únicas visitas à residência em Ipanema eram feitas por comparsas, que passaram também a ameaçar a idosa, forçando a realização das transferências.

Além de dinheiro em espécie e joias, mais de R$ 700 milhões foram roubados por meio da venda de 16 quadros de artistas como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. Três delas, avaliadas em mais de R$ 300 milhões, foram recuperadas em uma galeria de arte de São Paulo. 

O proprietário do estabelecimento confirmou que vendeu outras duas para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires. Ele não desconfiou do crime por conhecer a família e pelo fato de os quadros terem sido entregues pela própria filha.

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