Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (04) aponta que mulheres, pessoas trans, jovens e desempregados têm as piores notas em bem-estar mental no Brasil. O levantamento foi realizado pelo Instituto Cactus, entidade filantrópica de direitos humanos dedicada à promoção da saúde mental no Brasil, e a AtlasIntel, empresa especializada em pesquisas e inteligência. Segundo os resultados, aspectos de gênero, econômicos e sociais afetam diretamente os resultados.
O monitoramento foi feito a partir do índice Instituto Cactus – Atlas de Saúde Mental (iCASM), criado pelo Instituto Cactus.
É a primeira edição do indicador, que foi chamado de índice Instituto Cactus (iCasm). O resultado geral no Brasil foi de 635 em uma escala que vai de 0 a 1000 e considera a situação nos meses de janeiro e fevereiro deste ano.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores aplicaram questionários online utilizados internacionalmente em avaliações de saúde mental. As respostas foram divididas em três áreas: confiança, foco e vitalidade. O indicador para confiança atingiu 733 pontos, enquanto os de vitalidade e foco obtiveram, respectivamente, 637 e 535 pontos. Foram entrevistadas 2.248 pessoas de 746 municípios do país.
Os índices entre as pessoas desempregadas foi de 494 pontos, 186 pontos a menos do que o dos assalariados e 141 abaixo da média do país.
Quem possui renda até R$ 2 mil também pontuou menos do que aqueles com renda acima de R$ 10 mil.
A pesquisa apontou que as mulheres e pessoas trans obtiveram as pontuações mais baixas nos recortes de gênero e de orientação sexual. Os homens ficaram com uma avaliação melhor do que as mulheres nas três dimensões do índice. Enquanto a média masculina foi de 672 pontos, a feminina ficou em 600. Para a população trans, o iCASM foi de 445, contra 638 dos cisgêneros.