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Mulheres são mais alvo de assédio do que de roubos ao se locomoverem pelas cidades brasileiras, segundo levantamento

A pesquisa apontou que 36% das mulheres afirmaram já ter passado por episódios de importunação ou assédio no transporte público

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O meio de transporte citado pelas entrevistadas como principal cenário de ocorrências de assédio foi o ônibus.
O meio de transporte citado pelas entrevistadas como principal cenário de ocorrências de assédio foi o ônibus.
Arquivo / Agência Brasil

Uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em parceria com o Instituto Patrícia Galvão aponta que as mulheres são mais alvo de assédio do que de roubos ao se deslocarem pelas cidades brasileiras.

Segundo o levantamento que ouviu mais de 2 mil pessoas de todo país, sete em cada dez entrevistadas afirmaram já ter recebido olhares insistentes ou cantadas inconvenientes no transporte público. Entre elas, 36% disseram já ter passado por episódios de importunação ou assédio contra 34% que relataram já ter sido vítimas de assaltos ou furtos.

Ainda de acordo com o levantamento, 83% das mulheres afirmaram que se privam de utilizar determinadas roupas e acessórios por medo de sofrerem algum tipo de violência. Além disso, entre as entrevistadas, 65% das mulheres declaram que se sentiriam mais seguras caso fossem homens.

O meio de transporte citado pelas entrevistadas como principal cenário de ocorrências de assédio foi o ônibus. O deslocamento a pé vem logo em seguida e se destaca por ser ainda mais passível de outros tipos de violência, como assaltos, atos racistas, agressões físicas e estupro.

As entrevistadas ressaltam ainda que problemas de infraestrutura das cidades se tornam fatores de insegurança para elas. A falta de iluminação pública, ausência de policiamento, ruas desertas e grandes espaços públicos abandonados tornam o cenário ainda mais perigoso para as mulheres.

Para o presidente do Instituto Locomotiva e colunista da BandNews FM, Renato Meirelles, os dados refletem o machismo estrutural da sociedade. Além disso, Renato ressalta o contraste entre as recomendações que pais ou responsáveis dão aos seus filhos de acordo com o gênero. “Não consigo imaginar um pai falando para um filho ‘olha, essa sua bermuda está muito curta’ e essas são recomendações dadas só para as filhas e reforçam o senso comum que tenta culpar a vítima”, aponta o presidente do Instituto Locomotiva.

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