A Sociedade Brasileira de Paleontologia repudia a decisão Museu de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha, de não devolver o fóssil do primeiro dinossauro não aviário encontrado com as penas preservadas na América Latina.
A entidade ainda afirma que irá buscar todas as formas legais para garantir a repatriação do Ubirajara jubatus para o Brasil.
Uma convenção da Unesco, assinada na década de 1970, estabelece a devolução de artefatos comprovadamente originários de outras regiões.
No entanto, uma lei alemã de 2016 prevê que todo material levado para o país antes de 26 de abril de 2007 é considerado patrimônio da Alemanha.
Por isso, o Ubirajara jubatus é considerado legalmente propriedade do Estado alemão de Baden-Württemberg.
O Museu de História Natural de Karlsruhe destaca que conseguiu uma autorização para o transporte da peça em fevereiro de 1995.
E afirma que o material está “preservado para a posteridade”, e disponível para a comunidade internacional para propósitos científicos.
O presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia, Renato Ghilardi, teme que a decisão abra um precedente para que outras instituições estrangeiras adotem posturas semelhantes.
Desde dezembro de 2020, o Ministério Público Federal investiga a possível exportação ilegal da peça.
O dinossauro Ubirajara jubatus é datado do período Cretáceo e viveu há cerca de 115 milhões de anos.