A fome atingiu entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas em 2020. O número representa 161 milhões a mais do que no ano anterior, segundo a FAO, Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
O dia Mundial da Alimentação, celebrado no 16 de outubro, ganhou especial relevância neste contexto. Vale destacar que, com os problemas econômicos e sociais agravados pela pandemia, o Brasil tem cerca 19 milhões de pessoas passando fome.
Em entrevista à BandNews FM, a coordenadora regional de programas de alimentação escolar da FAO, Najla Veloso, pontuou que garantir a segurança alimentar não significa apenas garantir todas as refeições. Além disso, ela destacou que o crescimento da insegurança alimentar traz uma dupla carga de má nutrição.
Ainda segundo Najla Veloso, a falta de acesso aos alimentos e a obesidade são dois lados da mesma moeda. Uma em cada três crianças brasileiras estão acima do peso, entre outros motivos, pelo preço mais baixa da alimentação industrializada.
Outro fator que deve ser levado e consideração é a falta da educação para o alimento, o que torna as escolas um ponto crucial de promoção da segurança alimentar.
No Brasil, as escolas garantem refeições aos estudantes com a promoção de programas de alimentação escolar, que beneficiam atendem 41 milhões alunos. Além disso, as escolas têm um papel fundamental para ampliar o conhecimento sobre o que se come e sobre a diversidade no prato.
A FAO tem projetos de cooperação internacional com o governo brasileiro para fortalecer as políticas de alimentação escolar. Najla Veloso diz que foi fundamental o programa de distribuição de comida das escolas não ter parado na pandemia.
A especialista ressaltou ainda a importância das hortas escolares e familiares. Além disso, a coordenadora regional de programas de alimentação escolar da FAO argumentou que o debate atual sobre a alimentação deve passar por resoluções do paradoxo que o mundo vive: cerca de um terço dos alimentos produzidos é desperdiçado ao mesmo tempo em que 800 milhões de pessoas passam fome.
Confira a entrevista na íntegra: