No mês da visibilidade trans, levantamento mostra que o Brasil teve aumento no número de assassinatos de travestis e transexuais na pandemia

Da Redação

No mês da visibilidade trans, levantamento mostra que o Brasil teve aumento no número de assassinatos de travestis e transexuais na pandemia Reprodução TV
No mês da visibilidade trans, levantamento mostra que o Brasil teve aumento no número de assassinatos de travestis e transexuais na pandemia
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Pelo 13º ano consecutivo, o Brasil está no topo do ranking mundial de países com o maior número de assassinatos de travestis e transexuais.

A última pesquisa feita pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais aponta que este é o quinto aumento seguido dos números e mostra uma tendência ainda maior para esse ano.

De acordo com a ANTRA, foram 152 mortes no ano passado.

Janeiro, mês da visibilidade trans, começou com mais um assassinato, o de Keron Ravach, de apenas 13 anos, no município de Camucim, no interior do Ceará, espancada por um jovem de 17 anos.

Luna De Oliveira Freitas, de 17 anos, outra jovem trans, fala do medo de sair na rua enquanto casos como a de Keron continuam a acontecer:

Apesar da expectativa de redução dos homicídios contra transexuais e travestis na pandemia, assim como foi observado em outras parcelas da população, os dados mostraram justamente o contrário.

A necessidade de manter o trabalho nas ruas, já que a maioria não teve acesso ao auxílio emergencial, e a falta de políticas públicas de acompanhamento deste grupo levou a um aumento da violência contra eles.

E não são apenas os números que assustam – as vítimas são cada vez mais jovens.

Segundo a ANTRA, 56% dos casos tinham entre 15 e 29 anos, de acordo com o último balanço.

No ambiente escolar, a Isabela Golçanves de França, de 14 anos, fala sobre a frequência dos casos de transfobia que sofria no colégio, quando o ensino ainda era presencial:

A presidente da Associação de famílias de transgêneros, Evelyn Maciel, ressalta que, durante a pandemia, as crianças e adolescentes trans tiveram os atendimentos psicológicos interrompidos e conviveram com os preconceitos dentro de casa.

Na próxima sexta-feira, Dia Nacional da Visibilidade Trans, a ANTRA lança o Dossiê dos Assassinatos e da Violência contra Pessoas Trans Brasileiras.