Número de mulheres em cursos de ciências exatas e biológicas sobe 29% em 10 anos

Estudo da Nexus aponta que apenas 27% das estudantes conseguiram se formar em 2023

Band News FM

Número de mulheres em cursos de ciências exatas e biológicas sobe 29% em 10 anos
Presença feminina na ciência aumenta
Reprodução/Jornal da Band

O número de mulheres que entraram nas graduações em ciências exatas e biológicas aumentou 29% em 10 anos. Segundo levantamento feito pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados, a partir de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os índices foram de 176.547 estudantes em 2013 para 227.317 em 2023. No mesmo período, o crescimento dos calouros homens foi o dobro, chegando a 56%.

O estudo foi divulgado nesta terça-feira, marcado como Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Em 2019, 53% das mulheres que ingressaram em cursos dessas áreas se formaram, enquanto 37% dos homens receberam os diplomas. Desde 2020, ambas porcentagens caíram, mas entre as mulheres a queda foi maior. Em 2023, 27% das mulheres e 23% dos homens concluíram a formação. Isso representa, para elas, queda de 48% na taxa de formação e, para eles, recuo de 36%.

A vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Francilene Garcia, explica que, em períodos de crise, as mulheres acabam sendo mais demandadas. “É importante que a gente revisite as políticas e faça os ajustes para que essa presença das mulheres seja mais forte”, defende.

As carreiras em ciências, tecnologia, engenharia e matemática ainda são mais dominadas pelos homens no Brasil. Os dados, no entanto, mostram que, ao longo da última década, mais mulheres têm se interessado por essas áreas de formação.  

“A diversidade e a pluralidade para os avanços científicos é tão transformador quanto os resultados que ciência traz para a vida de maneira geral no planeta”, finalizou Francilene.

A data comemorada nesta terça-feira foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 para fortalecer a igualdade de gênero e incentivar a participação feminina na pesquisa científica.

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