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Número de venezuelanos desabrigados na fronteira com o Brasil passa de 4 mil

Alta de 243% se deu após reabertura parcial da fronteira entre os países

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Desde o final de 2015, Roraima passou a ser o destino de venezuelanos fugindo da crise do regime de Nicolás Maduro Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Desde o final de 2015, Roraima passou a ser o destino de venezuelanos fugindo da crise do regime de Nicolás Maduro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A reabertura da fronteira entre Brasil e Venezuela para pessoas em situação de vulnerabilidade social – ocorrida no final de junho, após passar mais de um ano com os portões fechados – trouxe reflexos de uma crise anterior à pandemia do novo coronavírus: o fluxo intenso de migrantes fugindo dos problemas econômicos e sociais de seu país de origem.

Em Roraima, o número de venezuelanos desabrigados em Pacaraima, na divisa com a Venezuela, passa de 4 mil. Uma alta de 243% em relação a maio, mês anterior à reabertura da fronteira, que se deu apenas para grupos de prioridade. São eles: crianças ou adolescentes desacompanhados; famílias com crianças ou adolescentes; pessoas com problemas de saúde; idosos; e pessoas que sofrem grave ameaça à integridade física.

Segundo levantamento da Organização Internacional para as Migrações – referente a agosto – entre os desabrigados há 2.065 migrantes e refugiados do país vizinho dormindo nas ruas do município de apenas 18 mil habitantes. Em maior escala, seria como se São Paulo tivesse 1,32 milhão de refugiados vivendo nas calçadas.

Os dois abrigos da Operação Acolhida, liderada pelo Exército, estão lotados. A capacidade total dos abrigos e alojamentos em Roraima é de 12.094 pessoas, conforme a operação.

Crise venezuelana X crise migratória

Desde o final de 2015, Roraima passou a ser o destino de venezuelanos fugindo da crise política, econômica e social do regime de Nicolás Maduro.

Em meio ao descontrole do fluxo migratório, a Operação Acolhida foi criada visando garantir o atendimento humanitário aos refugiados e migrantes venezuelanos. A entidade estima ter realizado 890 mil atendimentos na fronteira.

A crise migratória ocorre no estado com a menor população e o menor PIB (Produto Interno Bruto) do país, de acordo com levantamento feito pelo IBGE.