Representantes da Prefeitura do Rio, do consórcio Rio + Verde e de moradores, participaram de uma audiência pública nesta quinta-feira (6) para discutir a concessão e revitalização do parque do Jardim de Alah, na Zona Sul da cidade.
O contrato de concessão foi assinado em novembro do ano passado. No entanto, o início das obras, que estava previsto para julho deste ano, foi suspenso pela Justiça do Rio, sob a alegação do Ministério Público Estadual de que uma alteração feita pelo consórcio no projeto poderia causar danos ao patrimônio histórico cultural.
O sócio do Consórcio Rio + Verde, Miguel Pinto Guimarães, acredita que o projeto tem como objetivo trazer vida de volta ao parque, que se encontra abandonado.
A principal modificação é trazer revitalização pra área. Revitalizar significa encher aquele parque de vida. O parque é subutilizado há mais de 40 anos, por erros projetuais, por situações de abandono da própria população que nunca teve interesse em usufruir daquele espaço, por falta de atratividades.
Em contrapartida, alguns moradores temem pela descaracterização do parque e prejuízos ao meio ambiente, como explica a presidente da Associação de Moradores do Jardim de Alah, Karin Morton.
A gente é contra por causa dos impactos na lei, porque fere o tombamento, fere a Lei Orgânica, então você tá criando um precedente que o tombamento não vale nada, que as leis não valem nada. Outra coisa é o meio ambiente. A gente tá muito preocupado com o fato que eles vão construir uma laje, vão subir o nível da praça. A gente tá completamente a favor de uma revitalização sustentável.
A audiência pública foi promovida pela Comissão Especial sobre Parcerias Público-Privadas da Câmara Municipal do Rio. O presidente da casa, vereador Carlo Caiado, acredita que o debate faça parte do processo de entendimento entre as partes e, consequentemente, início das intervenções.
A gente acredita que o diálogo aqui na Câmara Municipal tenha um entendimento pra que quanto antes comece essa intervenção. A intervenção que tem o objetivo ambiental, que é um parque, tem o objetivo social, que tem uma comunidade, a Cruzada, objetivo inclusive educacional, que vai ter uma biblioteca e uma escola pública.
O projeto prevê um investimento de R$ 110 milhões em melhorias no espaço, além de R$ 20 milhões por ano em manutenção e operação ao longo do contrato de 35 anos. A construção de uma creche pública, quadras esportivas, de novas pontes e uma área comercial são melhorias previstas no projeto de revitalização.