Com o prazo de entrega adiado para setembro de 2024, as obras de requalificação da Avenida Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, complicam o trânsito e a vida de quem depende do transporte público que passa pela região.
O projeto começou em 2016 e, até a conclusão, quem usa o corredor precisa ter paciência: os congestionamentos aumentaram, assim como o valor das intervenções. Por lá, os fios serão aterrados, o corredor de ônibus receberá melhorias e o asfalto será substituído.
O valor das intervenções passa dos R$ 77 milhões - R$ 3 milhões a mais do que o previsto anteriormente. Neste momento, o trabalho se concentra no trecho entre a Avenida Juscelino Kubitschek e a Rua Afonso Braz, e provoca um nó no trânsito.
O ouvinte Eliseu mora no Itaim Paulista e trabalha no Itaim Bibi; ele demora duas horas de um ponto ao outro. Agora, o ônibus que ele pega no terminal Bandeira até onde precisa descer na Santo Amaro não consegue passar pelos bloqueios das obras.
No mês passado, a prefeitura de São Paulo assinou um aditamento com a construtora responsável pelo projeto, estendendo o prazo de entrega. O custo aumentou, segundo a administração municipal, justamente para contratação de um Plano de Desvio de Tráfego e do reforço das equipes de apoio ao trânsito.
Especialistas ouvidos pela BandNews FM avaliam, no entanto, que erros no projeto atrasam a execução das obras. Para o urbanista Ivan Alves Pereira, consultor em mobilidade urbana, a falta de planejamento aumenta o drama de quem é impactado pelas intervenções na Santo Amaro.
O Tribunal de Contas do Município já acionou a prefeitura para que explique intercorrências na avenida. Segundo técnicos da Corte, o método escolhido para a construção atrasa o projeto e prejudica por mais tempo quem precisa passar pela região.
Lucas Chiconi, membro da Diretoria do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo, diz que a gestão pública deveria trabalhar levando em conta as diferentes escalas de planos regionais. O arquiteto e urbanista pontua que o diálogo entre os diferentes níveis poderia diminuir o impacto de grandes obras de requalificação.
À BandNews FM, a prefeitura defendeu as intervenções, disse que o resultado será melhor para a cidade e alegou que a complexidade da intervenção, que envolve a compatibilização de diversas mudanças no subsolo, torna o serviço moroso. Ao todo, as mudanças afetam 2,7 km da Avenida Santo Amaro.