O âncora do BandNews FM no Meio do Dia e do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, avalia que a decisão do futuro governo Lula de ampliar o número de ministérios a partir de 2023 não garante eficiência - ou ineficiência - da máquina pública. Na última sexta-feira (17), o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que a estrutura do novo comando em Brasília será dividida em 37 pastas, e não mais 22.
O jornalista relembrou o histórico de governos ao longo da República, que começou com 8 ministérios, saltando para 16 no regime militar (1964-1988), passando por 23 a 31 no período da redemocratização, e variando entre 31 e 37 nas gestões mais recentes desde FHC. Oinegue destaca que durante o governo Collor foram criadas 13 secretarias vinculadas ao governo federal, o que, na prática, garantia aos chefes um status semelhante ao de um ministro.
Para o âncora da BandNews FM, todos os momentos da História têm um traço em comum: a ausência de avaliação da gestão pública. "Temos um Estado gorduroso, gelatinoso, ineficaz, incompetente e dispendioso", diz o apresentador.
Na opinião de Eduardo Oinegue, três fatores influenciam a escolha dos ministérios. O primeiro diz respeito ao desenvolvimento do país, quando o momento exige a criação ou extinção de determinadas pastas com propósitos específicos. Já o segundo ponto tem relação com desejos característicos do presidente da República, que pode querer dar ênfase a certos temas, como foi o caso do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos na gestão de Jair Bolsonaro.
O terceiro motivo que baseia o fatiamento da máquina pública, segundo o jornalista, é a estrutura política do Brasil, que prioriza um sistema de governança formado por dezenas de partidos trocando agrados. "Quando você tem uma mega aliança, você tem que agradar. Vira confusão. Começa a ter que haver ministros demais", avalia Oinegue.
Apesar disso, de acordo com o âncora, a quantidade de ministérios não será parâmetro para eficiência enquanto o governo não adotar medidas de desempenho e atuação dos chefes de cada pasta. "Somos um Estado sem produtividade, sem avaliação. A gente não sabe o que produz um secretário. Não tem gestão publica. É o fatiamento do dinheiro e dos cargos pelos partidos", conclui o âncora.