O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello será ouvido pelo segundo dia seguido na CPI da Pandemia. Nesta quinta-feira, o general é aguardado para dar explicações sobre a atuação do governo no combate ao coronavírus. No primeiro dia do depoimento, Pazuello foi acusado de mentir várias vezes e irritou os integrantes da comissão.
A reunião prevista para esta quinta (20) tem previsão de começar às 9h. No início da sessão, os 11 parlamentares membros da CPI vão votar 27 requerimentos e definem os próximos passos da investigação, votando novas convocações para depoimentos e pedidos de informações sobre os fatos já narrados na comissão.
A CPI deve confirmar que o depoimento da secretária de Gestão do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, ficará para a próxima terça-feira (25). Inicialmente, a “Capitã Cloroquina” deveria ser ouvida neste nono dia de depoimentos.
Após a conclusão dos trabalhos burocráticos, o ex-ministro volta a ser ouvido por volta das 9h30.
O prolongamento da participação de Eduardo Pazuello acontece após o encerramento da sessão de quarta-feira por conta do início dos trabalhos no plenário do Senado. O regimento interno prevê que nenhuma comissão funcione concomitantemente com os trabalhos de votação. O ex-ministro também passou mal, segundo o senador Otto Alencar, e foi dispensado do primeiro dia do depoimento quando faltavam ainda 24 senadores para fazer perguntas.
Pazuello teve o direito de uma fala inicial na CPI da Pandemia e fez um autoelogio ao trabalho no comando do Ministério da Saúde. De maio de 2020 a março de 2021, o general ocupou o cargo de ministro. Mesmo amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, o militar respondeu às perguntas. Um assessor de Pazuello apenas afirmou que ele não responderia ao questionamento da senadora Eliziane Gama (Cidadania-Maranhão) sobre a situação em Manaus.
No entanto, o ex-ministro negou que tenha sido avisado com antecedência sobre os problemas no abastecimento de oxigênio hospitalar no Amazonas. O general foi desmentido por parlamentares do estado. Houve bate-boca após o ex-ministro afirmar que faltou oxigênio por apenas três dias.
Pazuello negou que Bolsonaro tenha desautorizado um acordo de compra da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan. Sobre o relacionamento com o presidente, o ex-ministro buscou blindar Bolsonaro.
O ex-ministro negou que tenha incentivado o uso de cloroquina, um medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19, afirmou que a Organização Mundial da Saúde não é soberana na determinação de diretrizes de saúde e sentenciou ter cumprido a missão no Ministério da Saúde.