O governo do Peru irá manter por 60 dias o estado de emergência e a militarização das fronteiras do país. A duração da medida, que tem como objetivo reforçar o controle diante da chegada de migrantes foi publicada em um decreto nesta quinta-feira (27).
O anúncio da presidente Dina Boluarte inclui a restrição de direitos como o de liberdade de trânsito e reunião nas fronteiras com Brasil, Chile, Bolívia, Equador e Colômbia. As Forças Armadas peruanas irão apoiar o trabalho da polícia.
Segundo as autoridades do Peru, o estado de emergência vai ajudar no combate a insegurança no país. Boluarte afirmou que "aqueles que cometem diariamente ataques, roubos e outros atos criminosos são estrangeiros".
O aumento do número de migrantes que chegam ao território peruano é resultado de um movimento vindo do Chile, onde o país reforçou os controles migratórios.
Centenas de haitianos, venezuelanos e pessoas de outras nacionalidades aguardam na fronteira entre Peru e Chile. Eles têm a passagem impedida por falta de passaporte carimbado e visto válido, e afirmam que apenas querem cruzar o território peruano em direção a seus países de origem.
Se por um lado as autoridades peruanas militarizam as fronteiras, por outro o governo ordenou uma anistia por seis meses das multas aplicadas aos estrangeiros que permanecem ilegalmente no Peru. A ideia é que essas pessoas aproveitem este intervalo de tempo para regularizar suas situações.
O Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) estimou que a anistia permitirá que "100 mil refugiados e migrantes no país possam regularizar e atualizar seus dados".