A Procuradoria Geral da República solicitou à ministra Carmen Lúcia a abertura de um inquérito contra o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles por suspeita de que o ministro teria tentado atrapalhar a investigação sobre a maior apreensão de madeira da história do País.

A solicitação teve como base uma notícia-crime apresentada pelo delegado Alexandre Saraiva, então Superintendente da Polícia Federal do Amazonas. A documentação enviada pela PGR ao Supremo é assinada pelo vice-procurador-geral, Humberto Jaques de Madeiros.

Além de Salles, o senador Telmário Mota também é alvo da ação. Os crimes a serem investigados são: impedir ou embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa, advocacia administrativa e obstar ou dificultar a fiscalização ambiental.

A Procuradoria pede a autorização para colher o depoimento de Salles, de proprietários rurais e agentes de fiscalização do Ibama e da Polícia Federal, além de uma cópia da integralidade dos procedimentos de fiscalização e investigação aos ilícitos ambientais.

OPERAÇÃO AKUANDUBA

O Supremo Tribunal Federal determinou a quebra dos sigilos fiscais e bancários do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles em decorrência de uma operação da Polícia Federal no dia 19 de maio.

A ação da PF mirou servidores públicos acuados de exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e Europa. A Operação Akuanduba apura crimes contra a administração pública (corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando) praticados também por empresários do ramo madeireiro.

O ministro Ricardo Salles foi teve o celular apreendido e foi encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

O presidente do Ibama, Eduardo Bim, foi afastado do cargo por decisão judicial do STF.

A Polícia Federal também investiga a edição de um decreto de 2020 que permitia a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorização.

A investigação que determinou a operação começou em janeiro deste ano, após informações de autoridades estrangeiras noticiarem o possível desvio de conduta dos servidores públicos.

O novo pedido de investigação a PGR é diferente da Operação Akuanduba.