O Nordeste foi a primeira região do país a registrar uma proporção maior de pessoas recebendo outras fontes de renda do que rendimentos de trabalho em 2020.
A informação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Rendimentos de Todas as Fontes, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (19).
No Brasil, o número de pessoas, no ano passado, que tinham rendimentos obtidos por trabalhos correspondia a 40,1% da população, o menor resultado da série histórica da pesquisa.
Em 2019, a taxa era de 44,3%. Nesse mesmo ano, 28,3% dos brasileiros tinham algum rendimento de origem de outras fontes. Entre elas: aposentadoria, pensão, aluguel e programas sociais do governo, com o maior número já registrado.
Para a analista da pesquisa, Alessandra Brito, os resultados têm relação com as demissões em consequência da pandemia e a substituição da renda por programas assistenciais.
Ana Lúcia Evangelista, de Salvador, era autônoma e trabalhava vendendo churrasquinho. Com a pandemia, ela precisou contar somente com o Auxílio Emergencial.
Entre 2019 e 2020, a tendência de aumento do peso do rendimento de outras fontes e a redução da parcela do rendimento do trabalho ocorreu em todas as regiões do país.
O percentual de domicílios que recebeu outros programas sociais de governos, sejam eles federal, estadual ou municipal, foi de 23,7% em 2020.
Enquanto em 2019, apenas 0,7% recebia auxílios diferentes do Bolsa Família ou do Benefício de Prestação Continuada.
O Auxílio Emergencial, criado durante a pandemia, é um dos outros programas sociais considerados pelo levantamento.
Enquanto a Região Sul permanece com o maior percentual de pessoas com rendas de trabalho (46,0%), a Região Nordeste, registrava o menor, com 32,3%.
O Nordeste também possuía o maior percentual de pessoas que recebiam de outras fontes, chegando a 32,8%.
A pesquisa também revelou que o rendimento médio mensal real de todas as fontes foi de R$ 2.213 em 2020, o menor valor já registrado desde 2013.