A Policia Civil intimou funcionários e vai ouvir mais testemunhas no inquérito que apura se um estupro foi cometido dentro de uma casa de shows de um deputado estadual do Rio. O caso teria acontecido no dia 8 de maio, mas só agora a corporação passou a colher depoimentos.
Na quarta-feira (7), agentes fizeram uma perícia no local e o sofá onde teria ocorrido o crime foi encaminhado para análise.
A advogada da vítima, Leticia Delmindo, diz que o avanço das investigações dá esperança de que o culpado possa ser identificado.
A vítima, que teve a identidade preservada, afirma que ela e os amigos consumiram bebidas alcoólicas na festa e que, a partir de um determinado momento da noite, não se lembra mais do que aconteceu.
Segundo amigos da mulher, ela foi encontrada no segundo andar da boate Buda Lounge, em um sofá. Ela estava as pernas abertas, o vestido levantado e roupas íntimas afastadas para o lado. Segundo os relatos, dois homens estavam parados na frente dela - um deles estava com o uniforme dos funcionários da casa.
O deputado Filipe Poubel e o capitão da Polícia Militar Diogo Souza, sócios do estabelecimento, estavam na boate no dia do evento, mas negam as acusações. Segundo a PM, Diogo Souza pediu demissão e está se desligando da corporação.
A vítima, dois amigos dela e um funcionário da boate já foram ouvidos pela Polícia Civil. Um exame de corpo de delito realizado pela jovem não mostrou sinais de violência, segundo ela.
A polícia vai confrontar o material genético coletado nas roupas usadas por ela com o DNA dos homens apontados como suspeitos pelo estupro. O resultado do exame toxicológico também é aguardado.
O evento do dia 8 de maio não tinha autorização para acontecer, por causa da pandemia. A boate Buda Lounge chegou a ser multada pela Prefeitura de Cabo Frio, em outra ocasião, por desrespeitar as medidas de combate à Covid-19.