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Rio: Operação policial tem 25 mortos, sendo um policial; passageiros do metrô também ficaram feridos

A operação policial foi a mais letal desde 1989

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Passageiros ouvidos pela BandNews FM contaram que um homem foi atingido por estilhaços de vidro de uma das janelas do metrô
Passageiros ouvidos pela BandNews FM contaram que um homem foi atingido por estilhaços de vidro de uma das janelas do metrô
Foto: Reprodução

No mesmo dia em que uma ação da Polícia Civil deixou 25 pessoas mortas, incluindo um agente da corporação, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, marcou a data do julgamento sobre a letalidade policial no Rio.

A operação desta quinta-feira (6) no Jacarezinho, na Zona Norte da capital fluminense, já é considerada a mais letal desde 1989 em um único dia. Durante o tiroteio, dois policiais foram atingidos e duas pessoas ficaram feridas em uma estação do Metrô, após um disparo atingir a janela da composição. As vítimas passam bem.

Os ministros do STF vai discutir no dia 21 de maio uma determinação de Fachin que suspendeu operações policiais em comunidades fluminenses enquanto durar a pandemia da Covid-19. Apenas ações consideradas excepcionais e informadas ao Ministério Público podem ocorrer.

A Polícia Civil afirma que avisou e teve autorização do MP. O delegado Rodrigo Oliveira, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais, negou execuções na ação. Ainda segundo ele, todos os protocolos exigidos pelo STF foram seguidos.

A Polícia atribuiu a letalidade às dificuldades de locomoção por conta de barricadas instaladas em vias da favela. Durante a tentativa de retirada dos obstáculos, o policial André Leonardo de Mello Frias, de 45 anos, foi baleado na cabeça. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O tiro teria sido disparado de um esconderijo montado pelos criminosos.

Para o delegado Rodrigo Oliveira, os bandidos atiraram contra os agentes para matar e carregam o sangue de um colega da corporação.

Cerca de 250 agentes da Polícia Civil participaram da operação, que ocorreu após cerca de dez meses de investigações da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente apontarem o aliciamento de meninos de 12 e 13 anos para atuar em confrontos com policiais.

As investigações da DPCA identificaram 21 integrantes do grupo criminoso que atua no Jacarezinho. A delegacia afirma que os bandidos ainda expulsam moradores de casas, e até mataram alguns outros, dando sumiço nos corpos, sem que os parentes possam enterrá-los.

Dos 21 mandados de prisão expedidos, três foram cumpridos. Outros três alvos morreram. Ao todo, seis pessoas foram presas. Foram apreendidos seis fuzis, 16 pistolas, uma submetralhadora, uma escopeta e 12 granadas.

Houve confronto em pelo menos 10 diferentes pontos da comunidade. Peritos foram encurralados por criminosos, mas foram resgatado por agentes. Em outro momento, durante tiroteio, policiais acalmaram crianças que estavam dentro de uma casa contando histórias.

Pelas redes sociais, moradores relataram que houve abuso por parte dos policiais. A Polícia Civil nega e afirma que criminosos chegaram a invadir casas.

A Defensoria Pública do Rio disse que foi à comunidade para ouvir moradores e testemunhas da ação policial para apurar as circunstâncias da operação, a fim de avaliar as medidas individuais e coletivas a serem adotadas.

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio informou que vai acompanhar e cobrar explicações. Mais de 12 granadas, além de seis fuzis, uma submetralhadora, uma escopeta, uma munição de tanque e 16 pistolas foram apreendidos.

Operação contra o tráfico de drogas

A corporação realiza uma operação coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) contra traficantes acusados de aliciar menores para integrar a facção Comando Vermelho, que atua na região.  Desde cedo há registro de intenso tiroteio. A atuação ocorre com o apoio de um helicóptero. Os bandidos são acusados ainda de praticar crimes como tráfico de drogas, roubo de cargas e a pedestres, homicídios e sequestros de trens.

As investigações da DPCA identificaram 21 integrantes do grupo criminoso que atuam no Jacarezinho. A delegacia afirma que os bandidos ainda expulsam moradores de casas, e até mataram alguns outros, dando sumiço nos corpos, sem que os parentes possam enterrá-los.

Circulação de trens afetada

Em nota, o MetrôRio, concessionária que administra o transporte, afirmou que as vítimas foram imediatamente atendidas pelas equipes. O Samu foi acionado. Neste momento, a Linha 2, que chegou a ter a operação interrompida voltou a funcionar.

A circulação nos trens, porém, está afetada. O ramal Belford Roxo está funcionando apenas entre as estações de Del Castilho e Belford Roxo.

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