O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer que os três Poderes da República assumam um compromisso para que seja possível atingir as metas fiscais definidas pela equipe econômica. A mais importante delas é cumprir a promessa de zerar o déficit das contas públicas ainda em 2024.
A fala veio logo depois que o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, decidiu fazer com que parte da Medida Provisória que trata da desoneração da folha de pagamento perdesse a validade. A medida fez com que todos os municípios de até 156 mil habitantes continuassem com as folhas desoneradas, afetando o cálculo do Executivo mais uma vez. O Congresso, no entanto, manteve a parte do texto que trata sobre o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o Perse, que teve a validade prorrogada por mais 60 dias.
Haddad disse que, para que o governo alcance os objetivos fiscais, fixará metas por meio de leis enviadas ao Legislativo. Ele não escondeu que a situação envolvendo a MP tem gerado problemas para o Planalto: "O Perse é um problema, a desoneração da folha é um problema, a questão dos municípios é outro problema. O Executivo é um poder mas, hoje, os dois outros poderes tem muito protagonismo". O ministro falou que precisa "convencer os parlamentares a encontrarem fontes de financiamento para as despesas do governo".