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Prefeito diz que Maceió não tem como realocar famílias e pede ajuda a Alckmin

João Henrique Caldas afirmou que Maceió vive um "déficit habitacional" por causa do risco de afundamento do solo

Da redação

João Henrique Caldas, prefeito de Maceió, admitiu que a cidade não tem como realocar as famílias que saíram de áreas com risco de afundamento do solo. Em entrevista à BandNews FM, ele explicou que a cidade vive um "déficit habitacional" e precisa da ajuda do governo.

"A dinâmica da cidade mudou por completo. Temos várias famílias (desalojadas) que não estão morando em Maceió, porque temos um déficit habitacional. Solicitei ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao presidente da Câmara, Arthur Lira, para promover esforços para o governo federal ajudar nesse déficit habitacional", admitiu João Henrique.

O risco de afundamento do solo existe devido a obras de exploração feitas pela empresa Braskem. O prefeito entende que a União tem o dever de colaborar nesse caso, pois deu autorização para a Braskem fazer essas obras. "O governo estadual dava a licença e foi delegado a ele supervisionar a atividade nessa área".

O prefeito explicou que muitas famílias estão buscando soluções em outras cidades - segundo Caldas, 5 mil pessoas já foram transferidas nos últimos dias. "Hoje a gente não tem capacidade para absorver a demanda. As pessoas estão sendo indenizadas, mas muitas delas estão esperando novas construções ou indo para outros municípios. É uma preocupação muito grande identificar essas demandas para promover serviços mais básicos para população que sai das suas casas".

De acordo com João Henrique, a Braskem já está pagando R$ 4 bilhões de indenização para famílias que estavam no bairro de Mutange. E estima pagar mais R$ 1 bilhão para famílias que saíram recentemente do bairro Bom Parto.

"Essa conta é da Braskem. Lá atrás teve omissão e negligência de governadores e prefeitos, em 2018. Eu cheguei em 2021 e tratei de responsabilizar a Braskem para pagar danos e indenizações", alegou João.

O prefeito também esclareceu que não é possível prever como será o deslizamento de terra, pois é um assunto técnico e que envolve diversos tipos de solo. Especialistas já apontaram que existe o risco de surgir uma cratera do tamanho de um estádio do Maracanã.