O técnico Cuca não é mais técnico do Corinthians. A decisão de sair partiu do próprio treinador após pedidos da família. O anúncio da rescisão contratual com o alvinegro ocorreu na madrugada desta quinta-feira (27), instantes depois da classificação nos pênaltis do clube paulista para a próxima fase da Copa do Brasil.
O paranaense foi anunciado no comando do time há menos de duas semanas. Ele esteve à frente do Timão em apenas dois jogos.
Cuca foi condenado a quinze meses de prisão em 1989, na Suíça, por envolvimento em um ato de violência sexual contra uma menor de idade. Na época, ele era jogador do Grêmio. O técnico, no entanto, alega inocência no caso.
Jogadoras do time feminino do Corinthians se manifestaram contra a contratação do treinador quando do anúncio do acerto com a diretoria alvinegra. A torcida também protestou. O clube tem uma campanha que pede respeito as mulheres e incentiva a presença feminina nos estádios, por isso, a presença de um acusado de violência contra a mulher no comando do departamento de futebol foi muito questionada.
Em um rápido pronunciamento na Neo Química Arena, depois da classificação para a próxima fase da Copa do Brasil contra o Remo, Cuca disse ser alvo de um “massacre” da opinião pública e afirmou atender a um pedido da família para deixar o Parque São Jorge.
Ele destacou que não queria rescindir o contrato, mas após ver a família sendo alvo de xingamentos e ofensas nas redes sociais decidiu por deixar o time. O treinador finalizou dizendo que “um dia” gostaria de voltar ao Timão.
Cuca já acionou advogados para processar pessoas que “distorcem” os fatos. A equipe do treinador deve representar contra cinco pessoas que teriam passado informações falsas sobre as acusações na Suíça, segundo informação da colunista da BandNews FM Mônica Bergamo.
A saída do treinador não tem multa de rescisão contratual. O acordo com o clube ia até o fim do próximo ano.
Cuca era meia do Grêmio, quando em 1987, foi acusado de ato violento ao pudor contra uma menor de idade de 13 anos. A menina foi encontrada no quarto em que estava o então jogador e outros companheiros do tricolor gaúcho. Ele não foi ao julgamento no tribunal suíço e foi julgado à revelia.
Aos 59 anos, o agora técnico sempre negou as acusações. Mas o caso voltou aos holofotes nos últimos dias. Embora o ex-jogador alegue que nunca foi reconhecido como um dos estupradores da menina, um advogado que acompanhou o processo disse que a menor de idade reconheceu sim o agora técnico como um dos abusadores. No processo também consta que o sêmen de Cuca foi encontrado no corpo da garota.