Os húngaros deram um novo mandato ao primeiro-ministro conservador Viktor Orbán nas eleições parlamentares deste domingo (3). O líder do partido Fidesz se consagra assim o mais longevo chefe de governo da União Europeia ao conquistar o quarto mandato consecutivo, estando no poder desde 2010.
A sigla de Orbán conquistou 135 cadeiras, enquanto a coalizão de oposição, que reunia seis partidos, ficou com 57 assentos no Parlamento. Estavam em disputa 199 vagas. Os parlamentares fazem a indicação do premiê, por isso, o partido da maioria conquista a vaga. Por ter ficado com larga maioria, não é preciso sequer formar uma coalização para governar.
Pela primeira vez, partidos oposicionistas decidiram larvar um candidato único contra o atual primeiro-ministro. A retórica neutra na guerra entre Rússia e Ucrânia, em contraponto ao acenos frequentes a Vladimir Putin, parecem ter dado novo fôlego para Orbán.
O líder da extrema-direita cerceou minorias na Hungria, controla 80% dos meios de comunicação e tem domínio no Judiciário. O país é alvo frequente de moções de repúdio da União Europeia e teve repasses do bloco retidos por conta de medidas consideradas autoritárias e antidemocráticas.
Com um discurso anti-imigração, contra gays e ao que chama de ideologia de gênero, Viktor Orbán provocou o bloco europeu no discurso da vitória na noite de domingo (3): “Nós tivemos uma enorme vitória. Tão grande que pode ser vista até da lua, e certamente pode ser vista de Bruxelas”. A capital da Bélgica é a sede da União Europeia.
Junto com as eleições parlamentares, um plebiscito anti-LGBTQIA+ foi realizado. Os resultados ainda não tinham saído até o início da manhã de segunda (4) no Brasil. Os húngaros teriam que decidir se a homossexualidade deveria ser equiparada com a pedofilia e se aprovavam a proibição da “demonstração de homosexualidade” para menores de 18 anos. Orbán defende as medidas que causam polêmica e reação dos demais países da União Europeia.