Projeto de regulamentação das redes sociais deve ser entregue a Lula

Informação foi dada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, durante evento sobre liberdade de expressão no Rio de Janeiro

Rádio BandNews FM

Projeto de regulamentação das redes sociais deve ser entregue a Lula
Projeto de regulamentação das redes sociais deve ser entregue a Lula
Agência Brasil

O projeto de regulamentação das redes sociais deve ser entregue na próxima semana ao presidente Lula. A informação foi dada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, durante um evento sobre liberdade de expressão, na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

De acordo com o ministro, as empresas provedoras de conteúdo para terceiros têm responsabilidade em relação ao tipo de conteúdo que veiculam. Flávio Dino defendeu a criação de um órgão regulador com a participação da sociedade e das empresas de checagem. 

O projeto foi defendido com ainda mais força, por autoridades como Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Arthur Lira, que também estiveram presentes no evento, após as invasões a Brasília do dia 08 de janeiro deste ano. De acordo com eles, as invasões foram planejadas através do ambiente virtual e convertidas em ações na prática. 

O ministro Flávio Dino ainda ressaltou que o Projeto de Regulamentação das redes sociais não trata sobre o controle do conteúdo: 

"Conteúdo jamais. Estamos tratando especificamente da situação das plataformas, provedora de conteúdo de terceiros. Diante de crimes, se trata de uma obrigatoriedade de que empresas e todos, para fazer com que esses crimes como pedofilia e terrorismo não transitem tão facilmente. Para que haja dever de cuidado por parte das empresas e responsabilidade em caso de cometimento de crime." 

O ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, voltou a defender a regulamentação das plataformas nas redes sociais para impedir a desinformação. O ministro disse que uma mudança tem de ser feita na forma jurídica de responsabilização de quem, segundo ele, é o detentor das redes. Moraes afirmou que o espaço já não é mais dominado apenas por empresas de tecnologia, mas também de informação e publicidade. 

Alexandre de Moraes recordou a época da campanha eleitoral, no ano passado, e como ela foi feita nas redes sociais. Ele afirmou que cada candidato pode expressar o que quer, mas que não é possível permitir a desinformação, a mentira e o discurso de ódio.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, defendeu a importância do controle de discursos de ódio nas redes sociais e, ao mesmo tempo, criticou a censura a parlamentares e a jornalistas que tiveram contas bloqueadas por decisões da plataforma. 

Nele, Lira afirmou que liberdade de expressão, redes sociais e democracia sempre foram temas caros para o povo brasileiro e que, a partir do momento que um deixou de existir, o outro foi prejudicado.

O presidente da Câmara ainda disse que o acesso às redes pode ser um obstáculo ao pleno exercício da democracia e à liberdade de expressão.