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Quem é o 1º homem negro que quer entrar para o Guinness por visitar 196 países

Nascido e criado na periferia de Osasco, o viajante cresceu em uma realidade onde viagens internacionais pareciam impossíveis

Da Redação

No novo episódio do Pretoteca, da BandNews FM, Larissa Alves recebe um convidado especial: Robson Jesus, um brasileiro determinado a entrar para o Guinness Book como o primeiro homem negro a visitar todos os 196 países reconhecidos pela ONU. 

Conhecido nas redes sociais pelo perfil "O Nego Vai Longe", Robson completou essa façanha em 760 dias, um feito impressionante que começou como um sonho de infância e se tornou realidade aos 35 anos.

Nascido e criado na periferia de Osasco, na Grande São Paulo, o viajante cresceu em uma realidade onde viagens internacionais pareciam impossíveis. Filho de mãe solteira, ele aprendeu desde cedo a lutar pelos seus sonhos.

Sua paixão por conhecer o mundo começou na infância, mas foi na internet que ele encontrou a inspiração necessária para transformar esse desejo em um objetivo concreto. Ao ver a história de outro brasileiro que havia viajado o mundo inteiro, Robson se identificou e pensou: "Se ele conseguiu, eu também posso."

Uma das maiores dificuldades enfrentadas por Robson foi a busca por referências e apoio. Ao tentar encontrar outros viajantes negros de grande audiência, ele percebeu uma lacuna significativa na representatividade. Isso o motivou ainda mais a ser o pioneiro e a inspirar outros negros a seguirem seus passos. 

Durante suas pesquisas, encontrou dados alarmantes que destacavam as dificuldades históricas e econômicas enfrentadas pela população negra em viagens internacionais. Determinado a mudar essa realidade, ele decidiu que seria o primeiro homem negro a visitar todos os países do mundo e ter seu feito reconhecido pelo Guinness Book. "Por que não tem nenhuma pessoa negra viajando? Por que não tem nenhum viajante negro com uma grande audiência?", ele se questionava.

O desafio financeiro foi outro grande obstáculo. Robson começou a viagem com R$ 100 mil, embora o projeto estivesse orçado em meio milhão de reais. Para sustentar sua jornada, ele desenvolveu diversas fontes de renda online e buscou patrocínios ao longo do caminho. 

Durante os 760 dias de viagem, Robson não retornou ao Brasil. Ele organizou sua rota em blocos, começando pelo Sudeste Asiático, passando pela Europa, África, Américas e Oceania, antes de finalizar na África. Cada região foi escolhida estrategicamente, levando em consideração fatores como custo, logística e idioma. Hoje, ele fala quatro idiomas.

Transição de carreira 

A decisão de largar uma carreira consolidada para seguir esse sonho foi uma das mais difíceis para Robson. "Tenho 12 anos de experiência na área de gestão hospitalar, trabalhei por 10 anos no maior hospital público da América Latina, o Hospital das Clínicas em São Paulo. Amo aquele lugar," disse ele. 

No entanto, ele começou a fazer uma transição de carreira, explorando formas de ganhar dinheiro online. "Comecei a pesquisar como a galera ganhava dinheiro na internet. Fiz dropshipping, pegava as coisas na China e vendia aqui," explicou Robson. Essa experiência foi fundamental para que ele ganhasse confiança para deixar o emprego estável e se dedicar ao projeto de viajar o mundo.

Inicialmente, ele enfrentou muitos desafios, inclusive a timidez. "Eu não sabia gravar, era totalmente tímido. Meus primeiros vídeos eram terríveis," admitiu. Contudo, com o tempo e muito estudo, ele se especializou e se tornou criador de conteúdo. 

Sua dedicação e esforço foram recompensados à medida que seu público crescia. "Eu comecei a me expor para 400 pessoas, depois para 4 mil, 40 mil, até chegar a 140 mil seguidores," contou.

Qual foi o país mais transformador?