Após o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, dizer que o país vai assumir o controle da Faixa de Gaza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a criação de um Estado Palestino e afirmou que quem deve cuidar de Gaza são os palestinos.
Em entrevista exclusiva à BandNews FM em Belo Horizonte e mais duas emissoras mineiras, Lula foi perguntando sobre a declaração do presidente dos Estados Unidos.
“Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos, porque precisam ter uma reparação de tudo que foi destruído para que possam reconstruir suas casas, hospitais e escolas. Por isso defendemos a criação do Estado Palestino”, disse Lula nesta quarta-feira (5).
O presidente disse ainda que os EUA "incentivaram tudo o que Israel fez na Faixa de Gaza" e que, portanto, não há sentido nas declarações de Trump sobre a região.
Ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump disse que os EUA vão "endireitar" a Faixa de Gaza e "criar um desenvolvimento econômico que fornecerá um número ilimitado de empregos e moradias para as pessoas da área". Para Lula, as declarações do presidente americano são "bravatas".
'Tarifaço' de Trump
Nesta semana, Trump anunciou taxas sobre importações do Canadá, do México e da China. Canadá e México conseguiram entrar em acordo com os EUA, enquanto a China rebateu taxando os EUA também. Segundo Lula, caso Trump adote a mesma postura com o Brasil, também será rebatido com taxas.
"Lógico, é a Lei da reciprocidade. Para nós, seria importante baixar as taxas, mas se ele ou qualquer outro país taxar, nós vamos aplicar também", disse o presidente. Na avaliação de Lula, Trump está isolando os EUA do resto do mundo.
Deportação de brasileiros
Sobre os brasileiros deportados dos EUA, Lula afirmou que o governo trata o caso como "repatriação". Na sexta-feira (7) está prevista a chegada de mais um avião com brasileiros deportados dos EUA, que deve pousar em Fortaleza, no Ceará.
"É uma questão de direitos humanos (...) vamos cuidar dos brasileiros com muito carinho e respeito. Conversamos com o Itaramaty para que a gente receba os dados deles lá em Louisiana, onde eles embarcam. Estamos muito atentos", disse.