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Racionamento de água em Curitiba será suspenso depois de dois anos

Chuvas recentes na capital paranaense melhoraram os níveis dos reservatórios após sofrer com a estiagem

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Sanepar adotou o rodízio no fornecimento de água em março de 2020
Sanepar adotou o rodízio no fornecimento de água em março de 2020
Foto: Agência Brasil

Depois de quase dois anos, o rodízio no abastecimento de água em Curitiba e na região metropolitana será encerrado. A medida acontece depois do nível médio dos reservatórios atingir 80% de capacidade. 

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) afirmou, em uma entrevista nesta quarta-feira (19), que há uma reserva que garante o abastecimento sem rodizio de água pelos próximos 12 a 18 meses. A normalização do abastecimento acontecerá ate sexta-feira (21), às 16h. A volta do fornecimento normal ocorre de forma gradativa, de acordo com a Sanepar.

De acordo com a Companhia, ajustes técnicos serão feitos para preparar a rede de distribuição para o retorno à normalidade.

A população será avisada com antecedência, segundo a empresa. Ainda não há uma data ou um horário exato de quando o fornecimento voltará ao normal.

Atualmente, a Barragem do Iraí está em 86,09%, a Barragem do Passaúna em 64,92%, a Barragem do Piraquara I em 81,17% e a Barragem Piraquara II em 98,98%, totalizando 80,34% em todo o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba.

O aumento e a recuperação do volume das bacias se consolidou com o volume das chuvas nas últimas semanas. Em duas semanas, a quantidade média de água reservada subiu 10%.

Neste momento, os moradores de Curitiba e da região metropolitana seguem um rodízio mais brando, com três dias e meio com água e até 36 horas sem distribuição d’água.

O Paraná é afetado pela crise hídrica desde 2020, quando os reservatórios atingiram níveis mínimos históricos.

Como começou o rodízio?

Diante do estado sob Decreto de Emergência Hídrica, a Sanepar adotou, em março de 2020, o rodízio no fornecimento de água. Na época, eram quatro dias com água e um dia sem. Três meses depois, o racionamento ficou mais rigoroso: 36 horas com e 36 horas sem. De lá para cá, o rodízio sofreu mudanças, acompanhando o volume de chuvas.

A falta d’água foi agravada ainda por atrasos em obras destinadas ao abastecimento. Uma obra, prometida há 11 anos e que mudaria o cenário da crise hídrica na Região Metropolitana de Curitiba, a Barragem do Miringuava, em São José dos Pinhais, está com os trabalhos suspensos.

De acordo com a Sanepar, a chuva, importante para melhorar o nível dos reservatórios, atrapalha o andamento da construção. Com o solo úmido não é possível concluir a obra dentro dos critérios técnicos para garantir segurança e estabilidade da barragem. Com investimentos de R$ 160 milhões, a barragem promete dobrar a capacidade de produção de água do Miringuava, que atualmente é de mil litros por segundo.

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