Ausente nas duas últimas edições de Jogos Pan-Americanos por causa de lesões, o judoca Rafael Silva, o Baby, é possibilidade de medalha para o Brasil no Chile. A competição terá início no próximo dia 20 e vai até 5 de novembro.
Baby, que ganhou o apelido por brincadeira de amigos quando se mudou para São Paulo, tem feito um trabalho psicológico especial porque não dá para não voltar o pensamento de que ele ficou de fora de dois Pans por causa de lesões às vésperas das competições.
A última participação dele foi em Guadalajara, em 2011, o que eleva ainda mais o nível de ansiedade. “Estrou treinando forte, mas me cuidando para não me machucar. A intenção é chegar lá bem e preparado para tentar um resultado inédito. Eu fui prata em 2011, quero muito tentar fazer uma boa final agora em 2023. Falo com minha psicóloga sobre isso [medo de lesões]. E aí não pode passar isso para o treino, de não exigir o tanto que precisa e isso pode fazer falta no dia da competição. Esse equilíbrio é o mais difícil”, comentou.
Rafael Silva compete na categoria acima de 100 kg e tem disputas marcadas para o dia 30 de outubro. A preparação envolve ainda algumas restrições de alimentação e é preciso dar aquela segurada.
“No dia a dia já tem isso, mas muda um pouco, sim, porque o volume de treino acaba caindo mais para o final quando está perto da competição. E aí você tem que comer menos, senão você fica mais pesado. Eu gosto de comida japonesa; às vezes você come uma fritura ou outra e não pode; refrigerante eu não tomo. Então, você acaba comendo direito ali para poder ter energia para o treino, poder descansar bem, porque se você come mal acaba interferindo bastante no descanso e no treino”, contou Baby.
Aos 36 anos, o judoca chegou a cogitar a aposentadoria antes mesmo dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024. Porém, como ele ainda estava obtendo bons resultados, decidiu terminar este ciclo com o evento do ano que vem. Há menos de cinco meses, Baby conquistou a medalha de bronze no Mundial de Judô.
“Lá no ciclo passado, quando terminou Tóquio, tinha essa tendência de fazer a transição de carreira. Mas continuei lutando, os resultados continuaram acontecendo e estou me preparando muito para Paris no ano que vem. Então, os planos mudaram. O resultado no Mundial me animou bastante. Vi que eu estou fazendo um processo legal, trabalhando direitinho, de uma maneira equilibrada, e motivou bastante pensando na Olimpíada do ano que vem. Estou me sentindo bem”, afirmou Baby.
O Brasil tem 133 medalhas no judô dentro da história dos Jogos Pan-Americanos. Com relação à Olimpíada, as vagas vão ser distribuídas de acordo com o ranking mundial da Federação Internacional de Judô, contando todos os eventos desde junho de 2022 até junho de 2024.