Todos os depoimentos havidos até o momento na CPI da Covid são bastante constrangedores para o povo brasileiro, além de ferirem o nosso senso de orgulho.
Por vários motivos, o pior dos testemunhos desde o início da comissão foi o de Carlos Murillo, gerente-geral da Pfizer na América Latina, que falou aos senadores nesta quinta-feira (13). Ali, ficou-se provado que a farmacêutica americana realizou seis ofertas de vacinas ao Brasil antes que o governo celebrasse o acordo. A primeira proposta foi em 14 de agosto do ano passado. O contrato conseguiu ser firmado com nossos representantes apenas em meados de março deste ano.
Para completar o constrangimento, o executivo da Pfizer ainda deixou claro que, caso o contrato tivesse sido firmado desde a primeira oferta, teriam sido disponibilizadas 1,5 milhão de doses do imunizante ainda em dezembro de 2020. Outros 4,5 milhões estariam aqui em março. Já no mês de junho, que está logo ali, teríamos mais 18,5 milhões de vacinas à disposição dos brasileiros. Obviamente, muitas vidas perdidas para o vírus teriam sido poupadas.
Mas, ao invés de fechar o acordo, o glorioso presidente da República preferiu acusar a farmacêutica de fazer exigências leoninas que não poderiam ser aceitas pelo Brasil, além de proferir a famosa frase associando o ato de tomar a vacina com a possibilidade de “virar um jacaré”.
Não, nossa marcha rumo aos 500 mil mortos não é uma fatalidade. É fruto de negacionismo, de incompetência, de negligência.
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