Reinaldo Azevedo: Um governo sem teto, chão, luz e razão

Acompanhe a análise do âncora do programa "O É da Coisa"

Rádio BandNews FM

Com a reação negativa do mercado financeiro, o Governo Federal decidiu cancelar o anúncio do lançamento do programa Auxílio Brasil que estava marcado para esta terça-feira (19). A informação partiu da assessoria do Ministério da Cidadania poucas horas antes da cerimônia no Palácio do Planalto, sem previsão de uma nova data.

Havia a expectativa da declaração de que o benefício – substituto do atual Bolsa Família – passaria a pagar o valor de R$ 400 a cerca de 17 milhões de brasileiros (o programa atual disponibiliza em torno de R$ 189 a 14,6 milhões de famílias de baixa renda). Para tanto, parte dos recursos viria de uma receita ainda não aprovada pelo Congresso, enquanto outra seria oriunda de um furo ao teto de gastos.

A informação de um possível descumprimento da regra fiscal que limita os gastos públicos fez com que a Bolsa de Valores caísse mais de 3%, enquanto o dólar superou os R$ 5,60.

Mas e 2023?

O âncora do programa “O É da Coisa” destaca que o valor que se pretende pagar com o Auxílio Brasil partiria de recursos cuja vigência se dá até o fim do mandato de Jair Bolsonaro, em dezembro de 2022. “Mas e 2023? Bom, quem for presidente que se vire! Bolsonaro não tem nada com isso. E se ele for reeleito? Bom, não será só isso que estará caminhando para o abismo.”, avalia Reinaldo Azevedo.

O jornalista ressalta também que o teto de gastos, de fato, já foi ultrapassado, uma vez que o Orçamento planejado para o próximo ano contém um “estouro” de R$ 18 bilhões. “A simples admissão de que você vai dar um calote nos precatórios para conseguir pagar o Auxílio, que seja de R$ 300, isso já traz consigo: calote, pedalada fiscal e, sim, estouro do teto”, afirma.