A Prefeitura do Rio de Janeiro não vai antecipar em quatro semanas a aplicação da segunda dose da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 . O município, no entanto, avalia a possibilidade de reduzir o intervalo para jovens sem comorbidades. Por enquanto, a orientação é a de manter o reforço no período de 12 semanas após a primeira imunização.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, diz que a aplicação da segunda dose em oito semanas pode diminuir a eficácia da vacina para 59%. Nesta segunda-feira (12), o governo estadual autorizou todos os municípios fluminenses a reduzirem o intervalo, e cada cidade têm autonomia para decidir se vai seguir ou não a recomendação.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a decisão foi tomada diante de alguns fatores, em especial a preocupação com a disseminação da variante delta do coronavírus, identificada pela primeira vez na Índia, e que é mais contagiosa.
O secretário Alexandre Chieppe lembra que a imunização completa se dá apenas a partir da segunda aplicação, protegendo efetivamente contra a nova cepa. Ele diz que encurtar o período entre doses da Astrazeneca reduz a eficácia geral em apenas 9%.
O professor do Instituto de Medicina Social da UERJ Mario Roberto afirma que nenhuma vacina tem 100% de garantia contra o coronavírus, e que, por isso, alterar o intervalo não compromete a campanha.
A Secretaria Estadual de Saúde diz que o intervalo antecipado para a aplicação da segunda dose da vacina está em acordo com o descrito na bula do produto. A medida também foi acordada com representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde.