Após denúncias de assédio moral e sexual feitas por uma funcionária, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi afastado temporariamente do cargo, pelo período de 30 dias. A decisão foi tomada pela Comissão de Ética do Futebol Brasileiro após uma reunião extraordinária, neste domingo, que teve a participação dos diretores e dos oito vice-presidentes da entidade.
O estatuto da CBF prevê que a diretoria pode afastar, em caráter preventivo, qualquer pessoa vinculada à entidade que infrinja ou tolere que sejam infringidas as normas da confederação, da Fifa ou da Conmebol.
Caboclo assumiu o cargo em 2019. É o quarto comandante da CBF afastado por envolvimento em escândalos. Antes dele, foram banidos do futebol os ex-presidentes Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.
O escândalo na cúpula da entidade máxima do futebol brasileiro vem à tona em meio à polêmica sobre a disputa da Copa América no país durante a pandemia de Covid-19. Os jogadores da seleção brasileira prometem se posicionar nesta terça-feira, após o jogo com o Paraguai, em Assunção, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo.
Na sexta-feira, após a vitória por 2 a 0 sobre o Equador, em Porto Alegre, o volante Casemiro, capitão da Seleção, antecipou que a posição dos atletas sobre a não realização da Copa América era bem clara.
Com o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF, a gestão na crise envolvendo a seleção brasileira e a CBF fica a cargo de Antônio Carlos Nunes. Por ser o vice-presidente mais velho da entidade, com 82 anos, o coronel Nunes, como é conhecido, assume a presidência pelos próximos 30 dias. Ele já tinha ocupado a presidência da CBF entre fevereiro de 2017 e abril de 2019, depois que Marco Polo Del Nero foi banido do futebol.
Será ele o responsável por definir a permanência ou não de Tite à frente da comissão técnica da Seleção. Nos bastidores, o posicionamento contrário à disputa da Copa América no Brasil seria a gota d'água para a demissão do treinador.
Em nota, a CBF afirmou que a decisão sobre o afastamento do presidente Rogério Caboclo é sigilosa e que o processo vai tramitar perante a Comissão de Ética com a finalidade de apurar a denúncia apresentada.
