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Sem CPI, Comissão de Educação quer investigar suspeita de corrupção no MEC

Senadores pretendem convocar oito pessoas para falar sobre suposto beneficiamento indevido na Educação

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Senadores pretendem continuar ouvindo pessoas envolvidas em um suposto esquema  Foto: Reuters
Senadores pretendem continuar ouvindo pessoas envolvidas em um suposto esquema
Foto: Reuters

A Comissão de Educação do Senado vai votar na manhã desta terça-feira (12) um requerimento para o comparecimento de mais oito pessoas para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de corrupção no Ministério da Educação.

Os senadores pretendem continuar ouvindo pessoas envolvidas em um suposto esquema de beneficiamento indevido na destinação de verbas públicas do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Entre os que podem ser convocados estão dois nomes do FNDE: o diretor de Ações Educacionais, Garigham Amarante Pinto; e o diretor de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais, Gabriel Vilar.

Ambos são suspeitos de assinar uma licitação que previa a compra de ônibus com valores superfaturados.

Na última quinta-feira (14), a Comissão ouviu o presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Ponte, que negou qualquer envolvimento de colaboradores do fundo em corrupção na liberação de recursos para os municípios.

O ex-ministro Milton Ribeiro foi convidado, mas não compareceu ao Senado após deixar o Ministério da Educação. A saída do pastor-ministro ocorreu depois de intensa pressão de aliados receosos de que as suspeitas respingassem no presidente Jair Bolsonaro.

ÚLTIMA POLÊMICA NO FNDE

O mais recente caso de corrupção denunciado na área da Educação envolve o ministro da Casa Civil e um dos líderes do Centrão, bloco de partidos fisiológicos e que apoiam o presidente Jair Bolsonaro.

Sem dinheiro para concluir as obras de pelo menos 3.500 colégios, o Ministério da Educação autorizou a construção de outras duas mil unidades. A denúncia foi publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.

Os projetos não têm recursos previstos no Orçamento, mas – mesmo assim – já estão sendo anunciados por deputados e senadores que buscam a reeleição.

O esquema tem como base o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, controlado por Marcelo Ponte, apadrinhado de Ciro Nogueira.

Só para tocar as novas escolas anunciadas, o FNDE precisaria de quase R$ 6 bilhões – o que levaria 51 anos com o valor destinado atualmente.

HISTÓRICO DE ESCÂNDALOS

Uma denúncia aponta que pastores envolvidos na liberação de verbas do Ministério da Educação distribuíram Bíblias com fotografias do ministro Milton Ribeiro em um evento organizado por um prefeito no Pará.

O encontro aconteceu em julho do ano passado na cidade de Salinópolis, a 220 quilômetros de Belém, quando o MEC aprovou a destinação de R$ 5,8 milhões para a construção de uma escola.

Ao todo, foram mais de R$ 1000 em Bíblias impressas, cada uma ao custo de R$ 70, e o gasto foi bancado pelo prefeito do município, Carlos Alberto de Sena Filha, o Kaká Sena, do PL.

A edição – que também traz as imagens de Gilmar Santos e Arilton Moura – foi feita pela Igreja Ministério Cristo para Todos, que tem uma gráfica em Goiânia e é ligada aos dois pastores.

Os casos foram denunciados pelos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de São Paulo.