Com hospitais lotados, médicos gaúchos buscam critérios técnicos para decidir quais pacientes transferir para UTIs.
O Rio Grande do Sul está há três semanas com a ocupação dos hospitais acima da capacidade.
Apesar das autoridades de saúde já notarem uma estabilização no pico de internações em leitos de terapia intensiva e uma leve diminuição no registro de casos graves, o cenário ainda é preocupante em todo o RS.
A situação faz com que médicos precisem decidir todos os dias quem vai receber equipamentos no momento em que um leito fica disponível e quem permanecerá na fila aguardando transferência.
Para o diretor do departamento de regulação da Secretaria Estadual da Saúde, Eduardo Elsade, essa priorização leva em consideração fatores técnicos que analisam qual pessoa possui mais chances de ter a vida preservada ao receber o tratamento.
“Um somatório de critérios que inclui doenças prévias, comorbidades, pacientes que têm condições de suportar a ventilação mecânica ou uma viagem. Existe um conjunto de critérios que leva a uma priorização de determinados pacientes”, explicou o diretor.
Já o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, Carlos Isaia, afirma que os profissionais tem buscado transparência ao tomar decisões como essa e comunicar aos familiares dos pacientes.
Mesmo assim, ele deixa claro que deixar um paciente na lista de espera não significa abdicar do tratamento: “Nós vamos ter muito mais cuidado com aquele paciente que não está em condições ideais de paciente porque não tem leito”, ressaltou Isaia.
Até o início da tarde desta terça-feira (23), a taxa de ocupação de leitos no Rio Grande do Sul estava acima dos 106%.
O número maior que 100% revela que foram criados leitos além dos já existentes para tratar os pacientes com Covid-19.