Semipresidencialismo: como funciona sistema de governo defendido por deputados

Proposta de emenda à Constituição já está apta a ser discutida; tema já foi rejeitado pelos brasileiros duas vezes

Da redação

Semipresidencialismo: como funciona sistema de governo defendido por deputados
Semipresidencialismo é defendido por deputados
Lula Marques/ Agência Brasil

Parlamentares do conhecido 'Centrão' apresentaram uma proposta de emenda à Constituição para discutir a mudança do sistema de governo atual para o semipresidencialismo. O assunto ganhou força após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos) defender o tema publicamente. 

Segundo o repórter Rodrigo Orengo, colunista da BandNews FM de Brasília, os deputados defendem a autonomia e prerrogativas do Congresso Nacional. "Há um pano de fundo a discussão do Orçamento da União, em meio ao embate que envolve o Congresso, Planalto e STF sobre as emendas parlamentares", afirmou Orengo. 

A proposta é rejeitada pela base do governo. Para a ideia avançar, é preciso de um quórum qualificado nas duas casas e seria significativo um grande apoio e com a rejeição do governo, é meio difícil dizer que ela pode prosperar. 

O que é semipresidencialismo?

O sistema de governo semipresidencialista combina o parlamentarismo com o presidencialismo. Neste modelo, a ideia é que o Brasil teria um chefe de Estado, um presidente e um chefe de governo, eleito pelo Congresso Nacional. 

No semipresidencialismo, o presidente representa o Estado, não depende de negociações com o parlamento e exerce atribuições de chefe de Estado. Já o chefe do governo lidera a implementação do programa de governo vencedor das eleições e, em caso de crise, pode ser removido sem um processo de impeachment. 

O Congresso define quem será o chefe de governo e o programa implementado no país. Deputados e senadores decidem sobre as propostas apresentadas pelo governo para instituir políticas e aplicar recursos. O Congresso poderá ser dissolvido antes do término dos mandatos, realizando-se novas eleições. 

Mudança no modelo de governo já foi rejeitada pela população

Em 1993, o Brasil fez um plebiscito para determinar a forma de governo do país. A proposta de emenda da Constituição determinava a votação para decidir se o país mudaria de forma e sistema de governo. 

Dentre as opções, estavam República e Monarquia como formas de governo e Presidencialismo e Parlamentarismo, que é semelhante ao semipresidencialismo, como sistema de governo. A República venceu com 66,26% dos votos e o presidencialismo saiu vitorioso com 55,67% dos votos.

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