O Senado vai recorrer do voto do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu as quebras de sigilo do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.
Ele concedeu um mandado de segurança em favor do ex-agente, preso pela Polícia Federal e alvo da CPMI que investiga os atos do dia 8 de Janeiro.
Na decisão, Nunes Marques alegou que o pedido feito pela comissão do Congresso não estava bem fundamentado. E, segundo o ministro do Supremo, isso poderia levar a uma violação de privacidade.
A CPMI tinha pedido as quebras de sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático de Silvinei Vasques.
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal é suspeito de ter ordenado ações que interferiram na votação na eleição presidencial no ano passado.
No dia do segundo turno, a PRF fez centenas de operações nas estradas do país, com maior concentração no Nordeste, região em que Lula tinha a maioria dos votos.
O trabalho da comissão do Congresso sobre o 8 de Janeiro caminha para o final ainda com algumas indefinições sobre os próximos passos.
Ao comentar os trabalhos da CPMI, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou que o governo federal está otimista com o colegiado.
A base governista segue defendendo que seja marcada a data para o depoimento do General Walter Braga Netto, que foi candidato à vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, argumentando que o militar pode trazer novos fatos sobre as ações e planos golpistas contra o sistema eleitoral.
A oposição defende a convocação de integrantes da Força Nacional, como o comandante do Batalhão de Pronto Emprego, Sandro Augusto de Sales Queiroz.
A expectativa é de que a CPMI ouça, na quinta-feira (5), o depoimento do primeiro-sargento da Polícia Militar do Distrito Federal Beroaldo José de Freitas Júnior.