Sheila Magalhães, âncora do Jornal BandNews FM, comentou nesta segunda-feira (8) a morte do sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, assassinado em Minas Gerais por um criminoso que deixou o presídio devido à saída temporária no final de 2023, mas não retornou. Segundo ela, “passou da hora” de os critérios do benefício serem reavaliados pela Justiça.
Passou da hora de isso ser reavaliado, de serem revistos os critérios para essa ‘saidinha’. Não dá para ver isso acontecer todo ano. Eles saem [dos presídios] e cometem crimes – neste caso, resultou na morte de um policial. É inacreditável que até hoje a gente não tenha revisto esses critérios e continue acontecendo a mesma coisa
Roger Dias da Cunha morreu em Belo Horizonte após ter sido baleado por Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos. Segundo a PM, ele e outros agentes foram atender a uma denúncia de suspeitos armados em carro roubado e, ao chegarem ao local, os criminosos fugiram, o que deu início a uma perseguição.
Os suspeitos bateram o veículo e continuaram a fuga a pé. Em determinado momento, o sargento conseguiu abordá-los e deu ordem de prisão, mas foi surpreendido com disparos, que atingiram cabeça e perna. O caso aconteceu na noite de sexta-feira (5), no bairro Novo Aarão Reis, e a morte foi constatada no final de semana, enquanto estava internado.
Segundo a major Layla Brunella, porta-voz da corporação no estado, Welbert deveria ter retornado ao sistema prisional no dia 23 de dezembro após ter recebido o benefício da “saidinha”.
Ele tem mais de 15 registros [de passagem], dois deles por homicídio, além de roubo, tráfico, ameaça. Estava em condicional – mais um benefício. Não tem como a gente passar por isso e não se revoltar contra o sistema, achar essa situação normal
Welbert de Souza Fagundes teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Outro suspeito, Geovanni Faria de Carvalho, 34 anos, também teve a prisão convertida.
O sargento Roger Dias da Cunha completaria 30 anos de idade neste mês e atuava há 10 anos na corporação. Ele deixa esposa e filha recém-nascida.
Em Minas Gerais, foram registrados 118 casos de detentos que descumpriram as regras da saída temporária. Segundo a PM, 45 foram presos novamente e outros 73 seguem foragidos.