Hospitais municipais de Guarulhos continuam com problemas, apesar de intervenção da Prefeitura.
Unidades terceirizadas têm recebido reclamações de falta de profissionais e medicamentos.
Familiares de pacientes entraram em contato com a “Central de Ouvintes da BandNews FM” para relatar o descaso com a saúde pública na cidade.
A lista de reclamações é grande no Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso e no Hospital Municipal da Criança e Adolescente, ambos sob intervenção da Prefeitura de Guarulhos, após problemas com a antiga instituição responsável pelos espaços.
Faltam medicamentos, esparadrapos, fraldas, material de higiene...
Há poucos funcionários e os que têm mal recebem alimentação e ainda estão com os salários atrasados.
A mãe da ouvinte Giovanna Vidal tem 84 anos e está internada desde o dia 26 de novembro no Pimentas com uma fratura no fêmur.
A idosa está numa fila de espera, mas não há previsão para realizar a cirurgia.
Enquanto isso, a Dona Inah vai piorando.
“Minha mãe está com remédios fortíssimos, mas ainda sente muita dor”, desabafa.
A ouvinte denuncia a falta de medicamentos e a negligência no Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso, em Guarulhos.
A maioria dos pacientes tem tirado recursos do próprio bolso para custear o tratamento na rede pública.
“Temos comprado remédios como plasil, porque não tem. Falta muita coisa”, diz.
O Hospital Municipal da Criança e Adolescente também está sob os cuidados da Prefeitura desde o mês passado, após reclamações sobre a gestão anterior.
Um funcionário da unidade, que prefere não ser identificado e por isso teve a voz distorcida, afirma que a situação é parecida com a do Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso.
“Os funcionários estão com salários atrasados e falta muita coisa no hospital”, reclama.
Diante da falta de pagamento dos salários e as incertezas sobre o Hospital Municipal da Criança e Adolescente de Guarulhos, a maioria dos funcionários está com a saúde mental abalada nas últimas semanas.
Em nota, a Prefeitura de Guarulhos afirma que trabalha para resolver todos os problemas que ficaram pendentes do Instituto de Desenvolvimento de Gestão e Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social.
As cirurgias estão sendo aos poucos retomadas, entre elas se encontra a da dona Inah.
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a intervenção nos dois hospitais começou no dia 22 de novembro e terá a duração inicial de 30 dias, mas poderá ser prorrogada.
Somente depois dos resultados finais da auditoria, a equipe vai anunciar as medidas que serão tomadas.
Sobre os atrasos salariais, a Pasta diz que é responsabilidade da antiga Organização Social, que recebeu em dia todos os repasses feitos pela prefeitura, antes de sofrer a intervenção.
Em nota, o IDGT disse que espera que, ao final da interdição, a Prefeitura de Guarulhos perceba que o equilíbrio contratual e o pagamento das indenizações por gastos em virtude da pandemia refletem a real necessidade dos hospitais interditados.