Falta de manutenção preventiva e descumprimento de contratos. Esses são os dois principais problemas apontados pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo como causas para uma rede semafórica tão problemática na cidade.
Esse relatório ainda não foi a julgamento no TCM, mas a reportagem da Rádio BandNews FM obteve esse conteúdo via Lei de Acesso à Informação.
O resultado mostra que não tem manutenção preventiva na capital paulista, ou seja, só se chama um técnico quando o problema já existe.
Outro dado importante do relatório está na imprecisão dos dados para apurar o que motiva tantas falhas.
Desde 2017, a manutenção dos faróis é feita por funcionários da CET e por três empresas terceirizadas.
Cada vez que uma equipe destas empresas terceirizadas é acionada para fazer um reparo, há uma cobrança e a equipe deve descrever qual foi o problema encontrado.
Só que, no período analisado, entre setembro de 2017 a junho de 2019, os técnicos do TCM identificaram que em 18% das vezes em que essas equipes terceirizadas foram chamadas, o serviço foi finalizado como "nada consta".
Ou seja, a empresa contratada foi paga para fazer o serviço, mas não encontrou nenhuma falha ao chegar no local.
Esse número de "nada consta" teve um aumento expressivo depois da assinatura dos contratos de manutenção - passando de 287 casos em setembro de 2017 para 589 em junho de 2019.
Questionada, a CET respondeu ao TCM mesmo que a empresa terceirizada não faça um reparo efetivo nos semáforos nestes casos, os profissionais fazem uma inspeção e avaliam a necessidade de uma intervenção preventiva no local.
Desde a semana passada, a Rádio BandNews FM leva ao ar a campanha "Nem Sinal" com a participação da Central de Ouvintes Ricardo Boechat.
O objetivo é monitorar os semáforos que não funcionam na cidade e, assim, melhorar a zeladoria da capital.
