A partir de nove de setembro, todos os olhares do mundo do surfe estarão voltados à praia de Trestles, na Califórnia, nos EUA. Um dos principais picos do esporte californiano será o palco do WSL Finals, a última etapa da temporada 2021 e que definirá os novos campeões mundiais. O Brasil chega à disputa do título com quatro representantes. Gabriel Medina, Italo Ferreira e Filipe Toledo no masculino. No feminino, a bandeira verde e amarela estará na lycra de Tatiana Weston-Webb.
A francesa Johanne Defay, as australianas Stephanie Gilmore e Sally Fitzgibbons e a havaiana Carissa Moore completam a lista das cinco finalistas. Por ter encerrado a temporada regular em segundo no ranking, Tati terá a vantagem de entrar na competição a partir da semifinal.
Johanne Defay e Stephanie Gilmore, quinta e quarta colocadas, respectivamente, fazem o primeiro enfrentamento em uma bateria única. Quem vencer terá pela frente Sally Fitzgibbons, também com a classificação sendo decidida em apenas um confronto. Tati entrará na competição a partir deste momento para enfrentar a vencedora da fase anterior. A brasileira precisa vencer a bateria para avançar à final e encarar a havaiana Carissa Moore, líder do ranking e quatro vezes campeã do mundo, em uma disputa melhor de três.
O formato elaborado pela WSL divide opiniões, mas para Tati, o modelo de disputa amplia as possibilidades de título.
"É uma oportunidade única. No ano passado, por exemplo, ninguém poderia vencer em um dia. Então, essa oportunidade é gigante. Para mim, sendo o segundo lugar, é ótimo. Tenho a chance de surfar uma vez antes de encontrar a Carissa e vai me dar uma vantagem gigante.", analisou Tati em entrevista à BandNews FM e à Band TV.
A gaúcha criada no Havaí tem a chance de dar ao Brasil o primeiro título mundial no surfe feminino. Silvana Lima foi vice-campeã em duas temporadas, 2008 e 2009. Mas às vésperas do WSL Finals, Tati prefere não colocar uma pressão exagerada sobre o momento.
“Eu não gosto de colocar tanta pressão em mim. Gosto de aproveitar o momento e focar em mim, no meu surfe. Então, eu vou assim no dia, concentrada em 100% para fazer tudo que eu puder para ganhar.”
Aos 25 anos, Tati chega ao Finals como a mais jovem entre as cinco surfistas. E a brasileira classifica que, a briga pelo título na chave feminina, é mais equilibrada do que a competição entre os homens, onde Gabriel Medina, Italo Ferreira e Filipe Toledo são amplamente favoritos em relação aos outros dois finalistas.
“O lado masculino tem o Morgan Cibilic, que é um rookie (estreante) e o Conner Coffin, que ninguém esperava no Top 5. Mas eu, a Johanne, a Stephanie, a Sally e a Carissa estávamos sempre lutando nesses últimos anos por esses lugares no topo do ranking. Então acho que no feminino é mais equilibrado mesmo.”
Tatiana Weston-Webb está em Trestles, na Califórnia, palco do WSL Finals, desde a semana passada. A brasileira tem aproveitado para ajustar os últimos detalhes com a prancha.
"Estou muito animada, me sentindo super bem, meu surfe está encaixado e minhas pranchas também. Acho que Lowers Trestles é uma ótima onda para todo mundo. Tem chance para todo mundo de ir para esquerdas e direitas, de fazer aéreos, manobras de back e frontside e eu acho isso bem legal."
O formato do WSL Finals foi uma das novidades da Liga Mundial de Surfe (WSL - World Surf League) para 2021. A ideia de definir o campeão em um evento especial surgiu em 2019, quando Italo Ferreira e Gabriel Medina decidiram, ao mesmo tempo, a tradicional etapa de Pipeline, no Havaí, e o título mundial.
A janela de competição em Trestles será entre 9 e 17 de setembro. A organização, de acordo com as condições do mar, escolherá o melhor dia para que sejam conhecidos os campeões mundiais de surfe da temporada 2021.