O ex-ministro da Saúde Nelson Teich prestou depoimento na CPI da Pandemia, que investiga as ações do governo federal no combate à Covid-19.
Aos senadores, nesta quarta-feira (05), Teich afirmou que deixou o cargo por não ter autonomia para exercer sua função e pela insistência do presidente Jair Bolsonaro na implementação da cloroquina como medicamento para combater o coronavírus.
O médico oncologista também foi questionado se sabia sobre a produção de cloroquina pelo Exército, mas destacou que não teve conhecimento sobre o fato.
O depoimento durou aproximadamente 6 horas e começou por volta das 10h20.
Em certo momento, as declarações de Teich foram consideradas vagas, já que o ex-ministro afirmava que não lembrava de atos ocorridos enquanto estava no governo.
Sobre a nomeação do general Eduardo Pazuello como secretário-executivo da pasta, Teich disse que foi uma indicação de Bolsonaro para auxiliar na logística de entrega de medicamentos para o Brasil.
Ainda na reunião desta quarta, os integrantes da CPI também aprovaram a convocação do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, para prestar depoimento na próxima terça-feira (11). Em entrevista à Veja, Wajngarten afirmou que o Ministério da Saúde não atuou de maneira enfática na busca por vacinas.
Na próxima semana, também devem ser ouvidos o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e representantes da Pfizer, do Butantan, da Fiocruz e responsáveis pela Sputinik V no Brasil.
O secretário de Saúde do Amazonas, Marcelo Scampello, e o secretário-executivo da pasta também foram convocados.
Nesta quinta-feira (06), será vez de o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ser ouvido na comissão.