O deputado federal José Guimarães (PT-CE) concedeu uma entrevista exclusiva ao Entre Nós, da BandNews FM, nesta quinta-feira (11) e falou sobre o escândalo da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Nesta quinta, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra uma organização criminosa que monitorava ilegalmente autoridades públicas. A decisão de realizar as diligências foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo Guimarães, há de se dar fim à toda a rede de ilegalidades e os instrumentos irregulares criados pela gestão Jair Bolsonaro (PL) durante sua passagem pelo Planalto.
"Cada operação, produzem provas muito robustas. Casa instante aparecem fatos novos de um governo profundamente comprometido com a ilegalidade, com a perseguição, com práticas fascistas num país democrático.
Mais uma operação que diz bem o tamanho desse governo que não teve nada para mostrar ao Brasil e está envolvido em todo o tipo de falcatruas no Palácio do Planalto", analisou.
Adiantado pelo Jornal da Band, a lista de autoridades que foram monitoradas contém: Quatro membros da Suprema Corte (Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux), quatro senadores (Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues), quatro deputados federais (Arthur Lira, Rodrigo Maia, Kim Kataguiri e Joice Hasselmann), quatro jornalistas (Mônica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira, e Pedro Cesar Batista), além do ex-governador de São Paulo, João Dória.
O líder do governo na Câmara apontou que os envolvidos precisam ser punidos para servir de exemplo a futuras tentativas de aparelhagem da Abin. "Ninguém no Brasil pode cometer delitos e crimes sem ser punidos. Nunca vi tanta ilegalidade num governo eleito para cuidar do Brasil. Mais cedo ou mais tarde, essa gente toda vai ser presa. São muitas coisas que aconteceram nesse governo", disse.
Questionado sobre a possibilidade de aprovação de um projeto de lei que possa blindar a Abin, ainda antes do período eleitoral, o deputado afirmou não ser possível devido ao espaço curto antes dos pleitos municipais.
"Não dá tempo [de aprovar um projeto de lei que fortaleça a Abin] antes da eleição. Quando aconteceu esse episódio da Abin, conversei com dirigentes e funcionários de carreira e reclamavam da falta de controle que existia. A Abin não pode ser um órgão de espionagem para perseguir adversários como foi no governo Bolsonaro. A Abin precisa ser fortalecida, sim. Mas para servir ao Estado, não a um governo. Sou favorável a uma reorganização, até para evitar essas atrocidades que foram cometidas nesses últimos anos", concluiu.