Quatro meses após o anúncio da saída da Ford do Brasil, foram encerradas as negociações entre os trabalhadores da unidade de Camaçari, na Bahia, e a montadora. O acordo coletivo foi confirmado nesta quarta-feira (12) em uma reunião entre a empresa o Sindicato dos Metalúrgicos.
A maioria dos empregados votou a favor de uma proposta que inclui uma compensação financeira adicional às verbas rescisórias.
Aos empregados operacionais serão pagos pouco mais de dois salários por ano trabalhado, mais um valor fixo adicional conforme faixas pré-definidas, com garantia de indenização mínima de centro e trinta mil.
Aos trabalhadores administrativos ficou acordado que serão pagos um salário por ano trabalhado, além da garantia de indenização mínima no mesmo valor.
O acordo também prevê a concessão de seis meses de plano médico por meio do Sindicato e uma remuneração adicional para empregados operacionais com restrição médica ocupacional.
A Ford também ofereceu um programa de qualificação dos trabalhadores e um suporte para recolocação por meio da contratação de uma empresa especializada.
Em 11 de janeiro deste ano, a montadora anunciou o encerramento da produção no Brasil, e com isso, o fechamento as fábricas de São Paulo, Bahia e Ceará.
A unidade de Camaçari é um importante polo empregador na cidade da região metropolitana de Salvador. A saída da montadora preocupa os moradores pela falta de oportunidades. A Ford é responsável por quase 4 mil empregos na região.
No mês passado, a montadora também conseguiu aprovar o acordo com os funcionários da fábrica de Taubaté, no interior paulista. Os 800 funcionários da planta aceitaram a proposta de pagamento mínimo de R$ 130 mil para concretizar a demissão.
A fábrica da empresa em São Bernardo do Campo, que estava fechada antes mesmo do anúncio da paralisação das atividades no país, foi vendida para uma construtora e deve ser transformada em um complexo logístico.
A Ford tenta encontrar um destino para a fábrica de utilitários que mantém em Horizonte, no Ceará. As atividades serão encerradas apenas no fim do ano no local e investidores são procurados para assumir a planta industrial.