Varginha: Investigação irá apurar excessos durante ação policial que resultou em 26 mortes

Apuração sobre as circunstâncias do confronto é observada de perto por Comissão de Direitos Humanos

Rádio BandNews FM

A Comissão de Direitos Humanos da OAB de Minas Gerais acompanha a investigação sobre as 26 pessoas mortas em Varginha nesse domingo (31), suspeitas de integrar um grupo do “Novo Cangaço”.

A apuração sobre as circunstâncias do confronto entre suspeitos e policiais vem sendo observada de perto por advogados de Belo Horizonte e da cidade do Sul de Minas. A Comissão de Direitos da Assembleia de Minas Gerais também acompanha a apuração.

Ação conjunta

O grupo foi morto durante a madrugada, em uma operação conjunta entre a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal, que recebeu a informação de que uma agência do Banco do Brasil de Varginha seria assaltada.

As forças de segurança afirmam que foram recebidas a tiros ao localizarem os sítios onde estavam os suspeitos. Segundo a PM, todos os mortos eram criminosos e nenhum policial foi ferido.

Fuzis, pistolas, explosivos e coletes balísticos foram encontrados nos locais.

”Novo Cangaço”

Ainda segundo informações da PM, os 26 mortos na megaoperação seriam integrantes do que é popularmente conhecido como “Novo Cangaço”: gangues altamente armadas atacam cidades de pequeno e médio porte, visando sobretudo assaltar bancos, lojas de luxo e instituições financeiras. A expressão faz referência a assaltos praticados em municípios nordestinos.

Em agosto deste ano, uma ação característica deste tipo de crime levou medo aos cerca de 200 mil habitantes do município de Araçatuba, no interior paulista. Um grupo de 20 criminosos fortemente armados atacaram três agências bancárias no Centro da cidade, no início da madrugada.

Moradores foram feitos reféns, algumas das vítimas sendo usadas até mesmo como “escudo humano”. Veículos foram incendiados para fechar vias e atrapalhar a chegada da polícia. Os bandidos ainda utilizaram drones para monitorar a chegada da polícia e espalharam explosivos pela cidade.

Três pessoas morreram na cidade, entre elas, um criminoso; outras cinco ficaram feridas. Dois suspeitos de participar do crime morreram em outras cidades. Outras oito pessoas foram presas até o momento.