Zinho confirma envolvimento da deputada Lucinha em milícia

Parlamentar era chamada de “madrinha” pelos milicianos

BandNews FM

Zinho confirma envolvimento da deputada Lucinha em milícia
Parlamentar era chamada de “madrinha” pelos milicianos
Montagem: Agência Brasil/Alerj

O miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, confirmou em depoimento que a interlocutora flagrada em mensagens articulando politicamente em nome da quadrilha é a deputada estadual Lucinha.    

Segundo as investigações, ela era chamada de “madrinha” pelos milicianos.     

A Band teve acesso à denúncia do procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, contra a parlamentar, no mesmo dia em que o Conselho de Ética da Câmara arquivou o processo contra ela.    

Zinho, que confirmou a identidade da política, é apontado como chefe do maior grupo paramilitar do Rio. Ele se entregou à Polícia Federal no fim do ano passado.     

No documento da PGR, o procurador afirma que havia um monitoramento de autoridades que iriam à Zona Oeste do Rio para que a milícia fosse retirada das ruas. Segundo o Ministério Público, Lucinha também articulou para que um projeto em relação ao transporte alternativo continuasse favorecendo a milícia.     

Em 2017, uma portaria permitiu que motoristas pudessem alterar o itinerário sem pagamento de multa enquanto um estudo sobre o tema fosse realizado. Mensagens entre a parlamentar e um miliciano apontam que essa brecha permitia o aumento do faturamento do grupo.    

Na denúncia, o MP também afirma que a deputada atuou diretamente para que dois milicianos da quadrilha presos em flagrante fossem soltos de um batalhão da PM, o que de fato aconteceu. Depois, a parlamentar afirmou ao criminoso "fiz minha parte, apaga tudo da conversa aí".    

O Ministério Público também aponta que Lucinha atuou para mudar comandantes de batalhão que investigavam a milícia.    

Ainda, segundo o procurador-geral de Justiça, a parlamentar participou de encontros presenciais, na própria Assembleia Legislativa do Rio, com milicianos. Um deles ganhou um crachá para entrar na sede do executivo estadual.    

O MP também destaca que, no dia da morte de uma policial militar que investigava a milícia, Lucinha foi flagrada conversando com o miliciano sobre o caso e afirmando que não era a quadrilha a responsável pela morte e, sim, outro bando de Nilópolis, na Baixada Fluminense. 

Tópicos relacionados