10 anos do desaparecimento de Amarildo: ato é realizado pedindo respostas

Em 2013, o ajudante de pedreiro foi abordado por policiais militares na Rocinha, na Zona Sul do Rio, e nunca mais foi encontrado

Por Mariana Albuquerque

10 anos do desaparecimento de Amarildo: ato é realizado pedindo respostas
A Justiça condenou 13 policiais pela morte de Amarildo
Mariana Albuquerque

Justiça e respostas. É o que a família de Amarildo Dias da Silva ainda pede, dez anos após o desaparecimento do ajudante de pedreiro. Em 2013, ele foi abordado por policiais militares na Rocinha, na Zona Sul do Rio, e nunca mais foi encontrado.

Nesta quinta-feira (13), amigos e parentes fizeram uma manifestação pacifica, junto à ONG Rio de Paz, na praia de Copacabana, na Zona Sul. Dez manequins foram colocados na areia, embaixo de um pano branco, representando os dez anos da falta de respostas. Viúva de Amarildo, Elizabeth Gomes ressalta o quão difícil e doloroso têm sido os últimos anos e pede uma resposta do estado.

A Justiça concluiu que Amarildo foi torturado até a morte, após ser levado por uma viatura da Polícia Militar até a área da UPP da Rocinha. Os restos mortais dele, porém, nunca foram encontrados. 25 policiais militares foram investigados pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. A Justiça condenou 13 deles. 

Um dos seis filhos de Amarildo, Anderson Dias, esteve presente na manifestação desta quinta e se emocionou ao falar dos cinco netos que o pai teria, se ainda fosse vivo. Ele conta que não sabe como contar para a filha o que aconteceu.

Os dez manequins colocados na praia de Copacabana simbolizaram também as 19 pessoas que, segundo a ONG e a Polícia Civil, desaparecem por semana no estado. Por ano, o Rio registra, em média, cinco mil desaparecidos. 10% dos casos são de pessoas assassinadas e que não tiveram os corpos encontrados.

Em 2018, a Justiça determinou o pagamento de indenização de R$ 500 mil para a viúva e cada um dos seis filhos de Amarildo, além de R$ 100 mil para dois irmãos. Atualmente, Elizabeth ganha o equivalente a um salário mínimo. O Estado do Rio já foi intimado a pagar indenização aos familiares.

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