Mais de 11 mil moradores da Baixada Fluminense precisaram sair de casa após o temporal do último fim de semana. Em São João de Meriti, 10.760 pessoas estão desabrigadas.
Em Belford Roxo, são 348 moradores estão nessa situação e, em Nova Iguaçu, 90. Já em Duque de Caxias, são 150. No bairro Amapá, um dos mais impactados, 92 moradores estão provisoriamente em um CIEP. Entre eles, 44 crianças e nove idosos.
A dona de casa Hildete dos Santos está no local com a filha, que tem necessidades especiais. Ela conta que teve a casa alagada e preferiu ficar na escola para priorizar a saúde da menina.
Dois dias após o temporal, metade das ruas do bairro ainda está debaixo d'água. Até um posto de saúde foi afetado pela chuva. O enfermeiro voluntário David Argento explica que ainda há muita dificuldade para ajudar os moradores que seguem ilhados.
Em alguns pontos, o deslocamento é feito apenas em pequenas embarcações. Mesmo de cadeira de rodas, a aposentada Severina Francisco, de 72 anos, que quebrou o fêmur há dois meses, precisou usar um bote para não perder a consulta marcada.
Os próprios moradores também se organizaram em grupos de mensagem, onde cada um avisa quando precisa de algum mantimento ou de ajuda para atravessar a inundação. Ainda assim, muitos se arriscavam com a água na altura dos joelhos ou até da cintura.
Diversas famílias ainda trabalham na limpeza das casas que foram invadidas pela enchente. Além de lama, móveis e eletrodomésticos destruídos pela chuva se acumulam pelas ruas.
Segundo o Instituto Estadual do Ambiente, o escoamento é dificultado pela maré e pelo alto nível dos rios da região. O governador Cláudio Castro admitiu que os sistemas de drenagem dos municípios da região não deram conta do volume de chuva.
