Apesar das ondas turbulentas - como os eventos climáticos extremos e alarmantes - 2023 também trouxe uma maré de boas notícias quando o assunto é o Meio Ambiente. Seiscentos botos-cinzas foram avistados na Baía de Guanabara este ano. Uma espécie que está ameaçada de extinção. Outras cenas surpreendentes foram flagradas nas águas do Rio, como o nado de baleias. As imagens viralizaram na Internet e demonstram como a natureza resiste.

Pesquisadores do Instituto Mar Urbano se dedicam a desbravar ecossistemas que voltaram a ser formados por diferentes animais. O biólogo e diretor do instituto, Ricardo Gomes, cita um exemplo.

A intensa atividade nos ecossistemas marinhos é resultado de ações de proteção e recuperação ambiental. Os efeitos são percebidos também pela população. Em 2023, o índice que mede a balneabilidade das praias alcançou taxas históricas. Até novembro, a de São Conrado, na Zona Sul do Rio, ficou própria para banho em 85% dos boletins emitidos pelo Instituto Estadual do Ambiente. E uma surpresa: a Praia do Flamengo recebeu boa avaliação em 30% das análises.

Mas, em um estado que depende tanto da sobrevivência desses ecossistemas, ainda falta fiscalização. No Canal da Joatinga, na Zona Oeste, animais foram resgatados feridos e até mortos por causa de embarcações que passam em alta velocidade pelo local. Márcio Santos, presidente do Instituto Nova Maré, relata como os animais são encontrados.

E a despoluição da Baía de Guanabara, a que pé está? Questionamos a Águas do Rio, concessionária responsável pelo abastecimento de água e pelo tratamento de esgoto de 27 municípios. De acordo com o balanço da empresa, em dois anos, 43 milhões de litros de esgoto in natura, ou seja, sem serem tratados, foram retirados da baía, todos os dias. Em 3 anos, o plano é investir 2 bilhões e 700 milhões de coletores de esgoto. As licenças ambientais para a implantação do sistema foram obtidas no meio do ano, como explicou na época o presidente da concessionária, Alexandre Bianchini.

Outra iniciativa que trouxe resultados em 2023 é o projeto de recuperação do Complexo de Lagoas da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, na Zona Oeste. Mais de 40 mil mudas foram plantadas nas margens dos manguezais. O biólogo e assessor técnico da empresa de saneamento Iguá reforça a importância da ação.

A ideia é transformar o espaço em um atrativo turístico e ecológico. Visitas guiadas já foram feitas para testar a proposta.