O próximo passo para a autorização do reinício das obras da estação da Gávea do metrô, na Zona Sul do Rio, é a homologação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pela Justiça do Rio. Após a autorização, a situação do buraco de 35 metros de profundidade será analisada, assim como a retirada da água, que precisou ser colocada para evitar danos estruturais dos túneis.
Na manhã desta quarta-feira (2), o TAC será assinado no Palácio Guanabara, entre o Estado do Rio, Ministério Público, concessionária MetrôRio e empreiteiras do projeto.
O trecho vai operar até a estação São Conrado, uma versão reduzida na comparação com o projeto original apresentado antes do início das obras, que estão paralisadas há quase uma década.
Para acessar a estação da Gávea, os passageiros vão ter que desembarcar em São Conrado e trocar de composição. No sentido contrário, também será necessário embarcar em um outro metrô.
Após o início dos reparos, a previsão é de que as intervenções durem 24 meses e sejam concluídas em 2026.
Com o acordo, a operação da Linha 4 passará a ser feita pelo MetrôRio, que vai investir R$ 600 milhões na obra. Além disso, a empresa e a concessionária RioBarra, até então responsável pela Linha 4, abriram mão de pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro junto à Agetransp.
Após a Justiça homologar o acordo, os contratos de concessão do metrô serão unificados e o MetrôRio terá a extensão do contrato em mais dez anos, com prazo final para 2048.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro vai investir R$ 97 milhões para as obras. O governador Cláudio Castro garantiu que serão reservados R$ 300 milhões para garantir que a estação seja concluída, caso seja necessário mais aportes.
O TAC também define que o estado será responsável pela manutenção e destinação do Tatuzão, apelido de "Tunnel Boring Machine". O equipamento está parado desde abril de 2016, em uma caverna localizada entre as estações Antero de Quental e Gávea. Cerca de 1.200 metros ainda não foram escavados. No entanto, a tuneladora não deve mais ser utilizada.
A manutenção era de responsabilidade da concessionária RioBarra, que manteve as análises do equipamento até agosto de 2017. Com a falta de repasses por parte do estado e sem perspectiva de retomada das atividades de escavação, foram implementadas medidas de desligamento e preservação do equipamento.
Desde então, a concessionária mantém a drenagem e ventilação da caverna onde se encontra a tuneladora, bem como a guarda dos demais equipamentos que compõem a estrutura do equipamento.
Segundo a RioBarra, o estado de conservação e a manutenção das condições da operacionalidade do Tatuzão precisam de avaliação do fabricante do equipamento.
O início das obras aconteceu em 2013, durante o governo de Sérgio Cabral. O tatuzão foi comprado por R$ 100 milhões. No entanto, um superfaturamento de R$ 3 bilhões e 700 milhões, o equivalente a 22% do total da obra. A Linha 4, que liga a Zona Sul à Barra da Tijuca, foi entregue sem a estação da Gávea.